Cenário promissor dos anos 60 atrai não só empresários, mas também empresas para cá
‘Casa das Bombas’ é um exemplo: de Nova Esperança, onde nasceu, veio transferida para Umuarama, que ganhava fama de terra de oportunidades
Lendo sobre a história de Umuarama, ouvindo os pioneiros falarem dela ou contarem as suas histórias particulares, muitos não se acanham quando querem deixar claro que chegaram com uma mão na frente e outra atrás, ou seja, com nada ou quase nada para investir, embora a intenção fosse essa.
Chegavam, dizem, com a bagagem mental cheia de sonhos, esperança e vontade de vencer, mas… sem dindim. Escutar um ou outro falar que, para vir, só tinha o dinheiro da passagem é comum. Ainda assim, empreenderam. Temos muitos exemplos de empresários que enriqueceram por estas terras, nesses 68 anos de história.
Nesse contexto, interessante destacar que não somente pessoas vinham ou vieram. Empresas também aportavam por aqui. É o caso da ‘Casa das Bombas’, que nasceu em Nova Esperança, em 1957. Como a fama de lugar pródigo de Umuarama foi longe, o fundador Pedro José dos Santos [em memória] a trouxe para cá.

A transferência aconteceu em 1968, quando o ‘seo’ Pedro a instalou num dos pontos mais valorizados da cidade, os arredores da Praça Santos Dumont. Hoje, à frente da administração está o filho do pioneiro, o empresário Paulo José dos Santos, 57 anos.
Ele conta que o pai logo que conheceu Umuarama se apaixonou pela cidade e resolveu fincar raízes aqui. “Sempre muito focado no trabalho, seus planos foram dando certo e logo ele se tornou um empresário bem-sucedido e muito respeitado na comunidade”, orgulha-se o filho, que na gestão da empresa familiar conta com o apoio de duas irmãs.

Como o nome diz, a ‘Casa das Bombas’ começa, à época, prestar um serviço importante, principalmente para a zona rural: instalação de aparelhos para bombear água. Mais adiante passa, também, a fazer instalações elétricas em propriedades rurais [era o tempo em que a Copel não realizava esse trabalho].
“Foi um período promissor, considerando que as lavouras iam de vento em popa! Assim, indiretamente, o trabalho do meu pai e de seus colaboradores ajudaram a impulsionar a agropecuária na região de Umuarama”, assegura.
O ritmo de trabalho era intenso, o negócio se expandia, o que fez ‘seo’ Pedro mudar a loja para um espaço maior: da esquina da Avenida Paraná [no ponto da loja ‘Alecrim Dourado’] para onde está até hoje, na esquina da Avenida Brasil.
O espaço alugado era o térreo do prédio onde funcionava o hotel ‘Piriquito’ [extinto]. Tempos depois, ‘seo’ Pedro comprou o prédio: alugava o andar de cima, até que chegou o dia em que precisou usar todo o espaço [cerca de 700m2].

“Organizamos o segundo andar para o administrativo da loja e o terceiro para abrigar o estoque”, conta Paulo, que diz atender hoje filhos e netos dos antigos clientes.
Mas instalar bombas já não é mais o principal ramo da ‘Casa das Bombas’ de Umuarama. Em função da baixa demanda por este serviço, a empresa foi diversificando os itens de venda até se tornar uma loja de variedades, com produtos que atendem ainda agricultores, mas também indústrias, construtores e o público em geral.
Pioneirismo vangloriado
“Todo trabalho dos pioneiros deve ser valorizado, deve ser lembrado com carinho, pois enfrentaram tempos muito difíceis”, sublinha Paulo. Tanto acredita nisso que colocou em exposição no escritório fotos antigas da empresa e medalhas, mimos e outros objetos que representam as conquistas do pai.
“Meu pai sempre foi muito participativo na sociedade umuaramense! Foi um líder rotariano dos mais dedicados, um incentivador e bastante atuante nas lutas relacionadas às causas humanitárias”, realça.

Tal pai, tal filho
Paulo também é rotariano, membro do Rotary Club de Umuarama [a cidade tem três clubes], do qual foi presidente na gestão 2017/2018. Daqui uns dias assume mais um cargo importante: foi eleito governador do distrito 4.630, que congrega 77 clubes de municípios das regiões de Maringá, Campo Mourão, Paranavaí e Cianorte, além de Umuarama.
‘Seo’ Pedro, que faleceu em 2002, era casado com Zulmira Casela dos Santos, com quem teve sete filhos.








