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Unha de gel de médica obstetra pode ter causado morte de bebê no parto, acusa família

Mãe disse que foi maltratada pela equipe médica e deixada sem assistência adequada por 40 minutos após parto normal

Liliane Ribeiro dos Santos, que denuncia a médica da Maternidade Estadual Albert Sabin, em Salvador
Unha de gel de médica obstetra pode ter causado morte de bebê no parto, acusa família
Leonardo Revesso - OBemdito
Publicado em 9 de novembro de 2024 às 12h04 - Modificado em 19 de maio de 2025 às 21h59

Liliane Ribeiro dos Santos, de 33 anos, entrou com denúncia-crime contra a Maternidade Estadual Albert Sabin, em Salvador, na Bahia. A mulher alega que a morte de sua filha foi causada por uma lesão no pescoço provocada pela unha de gel da médica obstetra, durante o parto. O episódio, que aconteceu na última quinta-feira, está sob investigação pela Polícia Civil.

Em seu relato à TV Bahia, Liliane descreveu uma série de eventos perturbadores durante sua experiência na maternidade. Contrariando a recomendação inicial de uma cesariana, ela acabou passando por um parto normal. Durante o procedimento, seu marido notou que a luva da médica estava rasgada no momento crucial em que ela realizava manobras para retirar o bebê.

A mãe afirma que, nesse instante, a unha da profissional perfurou o pescoço da recém-nascida. Apesar das tentativas de reanimação através de massagem cardíaca, o óbito da criança foi confirmado. Liliane também relata ter sido maltratada pela equipe médica e deixada sem assistência adequada pela obstetra antes da conclusão do parto, tendo que esperar cerca de 40 minutos para receber atendimento, mesmo com perda de líquido amniótico.

A Polícia Civil, por meio da 13ª Delegacia Territorial de Cajazeiras, aguarda a finalização dos laudos periciais. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) anunciou que iniciará uma investigação através da Promotoria de Justiça de Saúde da capital, visando verificar possíveis erros médicos e a ocorrência de violência obstétrica.

Outra parte

Em contrapartida, a Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba) emitiu um comunicado atribuindo o falecimento da criança a uma complicação conhecida como distocia de ombro. Esta condição, que ocorre em 0,3% a 1% dos partos vaginais, é caracterizada pela dificuldade na saída do corpo do bebê após o nascimento da cabeça, devido ao ombro ficar preso contra a estrutura óssea materna.

A Sogiba a afirmou que esta complicação é imprevisível e pode ocorrer mesmo em fetos com peso inferior a 4kg, não sendo possível preveni-la através de cesariana. A urgência da situação se deve à compressão do cordão umbilical, que reduz o suprimento de oxigênio para o feto.

A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) comprometeu-se a conduzir uma investigação transparente sobre as circunstâncias do óbito. A família, insatisfeita com as explicações recebidas, solicitou que o corpo da criança fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames adicionais.

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