
(Vídeo) Amor do filho nos cuidados com a mãe que tem Alzheimer comove e inspira famílias
Prepare-se para se emocionar com essa história vivida em Umuarama e que vem ganhando o Brasil pelas redes sociais

Um filho carinhoso se depara com uma situação que jamais imaginara: enfrentar a dor de ver a mãe com doença de Alzheimer precoce. Mirian Santos Oliveira é bancária aposentada, tem 58 anos e foi diagnosticada há três, mas, logo após os 50, já vinha apresentando confusão mental e demência.
Vítor Nascimento, 31 anos, é músico, compositor e integrante da banda Live Angels, de Umuarama. Por trabalhar em casa e em finais de semana, tocando em eventos, consegue administrar bem o tempo para se dedicar à mãe, que precisa de cuidados 24 horas.
Como todo portador dessa doença neurodegenerativa, Mirian não fala, mas com Victor parece que, em meio a tanto afeto, há um diálogo que flui. Para ele, o sorriso que arranca dela com suas conversas bem-humoradas é a melhor resposta deste vínculo que quer ver prolongado por muito tempo.
A cumplicidade dos dois é admirável: Victor assumiu esse compromisso porque quer que Mirian tenha conforto e sofra o menos possível com as limitações que a doença impõe. “Ponho para dormir, acordo e sirvo café, dou banho, levo para passear, para tomar sol… tem sido uma experiência transformadora!”, conta o jovem.
“Já não me achava uma pessoa impaciente, mas depois disso admiti que teria que cultivar ainda mais essa virtude: fui ‘convidado’ para ter mais paciência, porque é fundamental no meu dia a dia com ela”, complementa, enfatizando que foi uma escolha que fez.

“Poderia deixá-la sob os cuidados de outra pessoa ou colocá-la numa casa de repouso; no entanto, cuidar da minha mãe foi uma escolha, entendo que fui ‘chamado’ para fazer isso e me esforço ao máximo para que ela tenha uma boa qualidade de vida”.
Ele também afirma, agradecida, que conta com o que chama de “rede de apoio sólida”: “Sempre que preciso tenho vários amigos e parentes dispostos a me ajudar; digo sempre que na minha casa sempre passa o espírito da gratidão”. No rol desses amigos, ele cita a cantora Carolina Coelho, parceira na música e na banda.
Música como estímulo
Sabendo do poder de aliviar sofrimento da música, Victor fez uma canção só pra ela. A letra foca a biografia da mãe e o ritmo a convida para interagir. “Essa música fiz para você, mãezinha, quer ouvir? Quer?”, convida, em tom carregado de carinho.
Tocando violão, ele canta todos os dias, do lado dela, incitando-a para interagir, o que dificilmente faz. Porém, ouvindo atentamento [dá a entender], não tira os olhos do filho, o tempo todo.
“Faço do momento uma sessão de terapia, em que algumas vezes ela até expressa alguma reação de contentamento, mas, mesmo não exteriorizando os sentimentos, sei que a música provoca benefícios internos, porque as ondas sonoras trabalham os estímulos da memória, amenizando ou retardando o progresso da doença”, explica.
Para isso, Mirian também faz regularmente fisioterapia e caminhadas; aromaterapia faz parte da lista de alternativas terapêuticas adotadas para manter seu bem-estar.

‘Diário Alzheimer’
Nessa convivência entre Victor e Mirian tem mais um capítulo muito interessante, também. Tudo o que aprende e reaprende com a mãe, no dia a dia, ele compartilha nas redes sociais, onde tem mais de 200 mil seguidores, do Brasil [a maioria] e do exterior.
No ‘Diário Alzheimer’, pelo Instagram e TikTok, Victor conta como foi o dia da mãe, o que fez e faz para manter seu bem-estar, dá dicas de cuidados, informa onde tem, por exemplo, fraldas em promoção e repassa informações que encontra nas suas pesquisas acadêmicas ou não [ele faz faculdade a distância de Tecnologia em Terapias Integrativas e Complementares].
“Abrimos mão da nossa privacidade por um bem maior e, dividindo conhecimento, aproveito para mostrar que é possível sim um ‘filho homem’ cuidar da mãe; a intenção é inspirar as pessoas para isso”.
Mirian tem mais dois filhos, Vinícius e Gustavo; eles não moram em Umuarama. Victor tem um filho, Daniel, de 9 anos.
1,2 milhão têm Alzheimer no Brasil
Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem cura que afeta, normalmente, pessoas acima de 65 anos de idade. Ela impacta a memória, a linguagem e a percepção do mundo do portador, provocando alterações no comportamento.
Em relação a números, as previsões são amedrontadoras: segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente o Brasil tem cerca de 1,2 milhão que vivem com algum tipo de demência; dessas, de 40 a 60% são do tipo Alzheimer. E o pior: em trinta anos, o número pode dobrar. De acordo com o MS, este cenário mostra que a doença caracteriza uma crise global de saúde e que deve ser enfrentada.
== Para seguir o Victor ou interagir, acesse @diarioalzheimer / WhatsApp 55 44 9 8828 5142.