Governo anuncia edital para a construção da Casa de Custódia de Umuarama
Apesar da resistência dos moradores, local escolhido foi o terreno ao lado do Bairro São Cristóvão
O governo do Estado publicou o edital de licitação que vai escolher a empresa responsável por construir a Casa de Custódia de Umuarama. Apesar da resistência dos moradores, o local escolhido para o complexo de obras foi mantido, na Estrada Canelinha, ao lado do Bairro São Cristóvão.
O aviso de licitação inclui duas fases: a primeira contempla a prestação de serviços técnicos para a elaboração do projeto básico de arquitetura e engenharia; a segunda, por sua vez, é a construção propriamente dita, que terá 9.915,08 metros quadrados. O preço máximo anunciado pelo governo é de pouco mais de R$ 43,3 milhões.
O prazo de execução é de 720 dias corridos. O edital estará disponível às empresas interessadas a partir desta quarta-feira (21). A abertura dos envelopes com as propostas está prevista para 31 de janeiro.
A Casa de Custódia é para onde são encaminhados os presos temporários e que aguardam julgamento. Uma vez condenados, eles são transferidos para presídios. Há vários anos, Umuarama e região enfrentam a necessidade de centenas de vagas prisionais, um drama que coloca em risco a segurança da população, diante de cadeias impróprias.
A notícia do investimento é positiva para boa parte da comunidade, exceto os moradores do São Cristóvão e adjacências, conforme eles mesmos vêm se manifestando pelas redes sociais. Ainda no período de audiências públicas para deliberar sobre a construção na área destinada pelo município, as lideranças do bairro se manifestaram contrárias à escolha do lugar. Os moradores lotaram as sessões da Câmara de Vereadores para aprovação do terreno e chegaram a bloquear a PR-323.
Entre outros argumentos, os moradores alegam que já são prejudicados pela Estação de Tratamento de Esgoto da Sanepar no bairro, o que via de regra causa mau odor. Sem falar nos prejuízos gerados diante da baixa valorização das propriedades.
“Estamos indignados. O bairro não foi preparado para esse tipo de construção. Hoje vivemos numa tranquilidade e sabemos que isso não vai continuar. Esperaram passar a campanha e voltaram com essa decisão de cima para baixo, quando já tínhamos exposto a nossa rejeição. A insatisfação aqui é geral. Não somos contra a Casa de Custódia. Somos contra (a construção) dentro dos bairros”, disse Jean Carlos Felipe, presidente da Associação de Moradores do São Cristóvão.





