Em busca de um sonho, zeladora de Cidade Gaúcha mantém rotina de trabalho e estudos

Filha de uma família simples, a estudante do curso técnico em enfermagem, Késsia Estefany dos Santos Félix, de 27 anos, que reside em Cidade Gaúcha, na região de Umuarama, tem buscado intensamente um sonho: atuar como enfermeira socorrista no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 192).

Com muita disposição e dedicação, a alagoana, que veio para o Paraná pela primeira vez em 2017, trabalha 12h por 36h no hospital público da cidade e estuda em uma escola técnica de Umuarama. Com uma rotina bastante intensa, ela ainda estuda para passar em concursos públicos e cuida da família e da casa. Casada com um paranaense, Késsia tem um filho de 14 anos de outro relacionamento.

Apesar da rotina cansativa, todo o esforço tem valido a pena. Nos últimos anos ela passou em cinco concursos, dois deles em primeiro lugar. Além do concurso na prefeitura de Cidade Gaúcha, a auxiliar de serviços gerais, também passou em outros concursos nas cidades de Maria Helena, Nova Olímpia e Cascavel, no oeste.

O último concurso em que ela foi aprovada foi justamente para o Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste) de Cascavel. “Fiz a prova de aptidão física no fim do ano passado, mas estou com medo deles me chamarem antes de eu terminar o curso de técnico em enfermagem”, afirma Késsia ao destacar que está no 2º ano do curso.

Para garantir o sonho ela segue a rotina diária de trabalho e estudos. Segundo Késsia, a principal motivação, no início, era dar uma vida melhor para o filho. Mãe aos 13 anos, a auxiliar de serviços gerais precisou abdicar de muitas coisas e buscar trabalho para assegurar as necessidades básicas do menino. “Tive que parar de estudar em Alagoas e passei três anos fora da escola. Para acabar os estudos fiz o EJA [Educação de Jovens e Adultos]”, exclama.

Segundo ela, os esforços foram recompensados. “Hoje digo que eu quero esta área porque sou apaixonada. Eu sinto muita gratificação quando alguém está precisando de ajuda por um motivo ou outro. É o momento mais frágil da vida do ser humano. Então não tem dinheiro que pague” argumenta. Ela enfatiza que se interessou pela área de saúde quando voltou para Cidade Gaúcha, em 2020, para trabalhar na limpeza das aéreas especializadas no atendimento aos pacientes de Covid-19.

Novos desafios

O próximo desafio, além de terminar o curso de técnico em enfermagem e passar no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), é iniciar a graduação em enfermagem. Késsia já começou o curso de Letras, mas acabou tendo que desistir por conta do trabalho. Ela também se prepara para o concurso do Samu Noroeste, que deve acontecer em breve.

“Eu diria para as pessoas descobrirem o que realmente gostam e, depois, acontece automaticamente. Não adianta fazer alguma coisa por dinheiro porque você não vai fazer com paixão. Amo o que estudo e pretendo fazer o máximo que conseguir para realizar o que almejo” afirma, ao justificar a persistência no sonho.

Para garantir o equilíbrio entre toda a rotina, Késsia também não se descuida da saúde física e espiritual. Além de se dedicar aos treinos na academia, exercita a espiritualidade. “Nós corremos atrás, mas é Deus quem nos fortalece”, finaliza.

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