Jaqueline Mocellin Publisher do OBemdito

Cheia no Rio Paraná deixa prainhas de Porto Camargo e região debaixo d’água

Comerciantes estavam esperançosos com as boas vendas e turistas do carnaval, mas tiveram suas expectativas frustradas

Cheia no Rio Paraná deixa prainhas de Porto Camargo e região debaixo d’água
Jaqueline Mocellin - OBemdito
Publicado em 17 de fevereiro de 2023 às 19h56 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 14h13

Quem vive de turismo na região Noroeste Paranaense não tem muito a comemorar. A cheia do Rio Paraná deixou as famosas prainhas debaixo d’água e tirou o principal atrativo dos visitantes.

Idemar Gregório Monteiro, secretário de Meio Ambiente de Icaraíma, conversou com OBemdito na tarde desta sexta-feira (17). Ele disse que o rio subiu entre dois e três metros e as prainhas ‘sumiram’. Em Porto Camargo, a água está na escadaria da orla e rampas para os barcos praticamente estão submersas. Além disso, há o risco da correnteza.

“A correnteza diminuiu um pouco hoje, pois a água está entrando nas ilhas. Porém, nas próximas 12 ou 24 horas volta a ter correnteza forte de novo. Então, banhistas neste final de semana do carnaval não vai ter. Estaremos aqui apenas fazendo a limpeza da orla, mas só isso”, informou.

O secretário lamenta que a cheia do Paranazão ocorreu justamente no período de carnaval, quando a comunidade de Porto Camargo (e de outros balneários) aproveita para aumentar a renda e garantir mais conforto para épocas de ‘vacas magras’.

“O turista deixa de vir. Quem estava preparado para receber os turistas vai ter que acabar vendendo as mercadorias em outra oportunidade. Será prejuízo para todos, barqueiros, barraqueiros, donos de comércios. E a expectativa é de que o nível baixe só em uns 15 dias”, lamentou Idemar.

A respeito de riscos para os banhistas e visitantes, o secretário disse que a Marinha do Brasil está na barranca do rio fazendo as orientações, assim como o Corpo de Bombeiros. “Porém, não tá vindo ninguém. O pessoal sabe que o rio está cheio, por comentários em redes sociais. Além disso, os hotéis, pousadas informam também. Vem muito pouca gente. Hoje mesmo não passou quase ninguém por aqui”, finalizou.

Porto Camargo

ALTÔNIA

Empresários que dependem do turismo no balneário de Vila Yara, município de Altônia, também lamentam que o rio Paraná esteja tão cheio. Fátima Calegario faz parte do grupo de empresários voluntários para o desenvolvimento do turismo no local. Ela conversou com OBemdito e disse que o rio subiu bastante – mais de um metro, certamente.

“Não atingiu as moradias, mas está alagando terras e as rampas estão submersas. Além disso, parte da infraestrutura do balneário de Vila Yara está alagada. Assim não poderemos receber visitantes”, disse Fátima.

Ela também lamenta o prejuízo que os comerciantes da localidade terão. “Ontem fui lá ver o rio e não tinha ninguém, só uns poucos barcos na água. As pessoas estão cautelosas”, finalizou.

Balneário de Vila Yara

OUTROS PORTOS

A mesma situação de Porto Camargo é registrada em Porto Figueira (conforme é possível ver no vídeo acima) e em outros locais de turismo, como Porto São José e Porto Rico. As faixas de areia dessas localidades sumiram (ou estão quase totalmente submersas).

A cheia do Rio Paraná ocorreu após a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) abrir as comportas da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, que fica em Rosana (SP).

O procedimento aconteceu no dia 18 de janeiro e foi realizado para normalizar o volume de água dos reservatórios, que está elevado por conta das chuvas. A barragem é a mais extensa do Brasil, com mais de 10 quilômetros de comprimento, e liga o estado de São Paulo ao Mato Grosso do Sul.

Porto Rico

ALERTA DOS BOMBEIROS

Para aqueles que se arriscarem a ir para o Rio Paraná, o Corpo de Bombeiros de Umuarama tem algumas recomendações. A segurança deve ser primordial. Confira o vídeo com a Tenente Imoto, do 6º Subgrupamento de Bombeiros Independente de Umuarama:

Fotos abaixo: Idemar Gregório Monteiro – Porto Camargo

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