
Para impulsionar carreira, multi-instrumentista umuaramense monta ‘home studio’
Ambiente, com equipamentos modernos, foi planejado para oferecer serviço de gravação de alta qualidade técnica


A onda do ‘home’ só cresce, conquistando cada vez mais o interesse dos pequenos investidores. Com o avanço das tecnologias e a ampliação de acesso a elas, o mercado vem abrindo oportunidades em várias áreas.
O segmento musical não fica de fora. Atualmente, abrir um ‘home studio’ é relativamente fácil; tem surgido muitos, no Brasil. O multi-instrumentista e cantor Édipo Ferreira, 33 anos, apostou na ideia.
Ele aproveitou uma edícula da casa da família, de 20m2, e montou o estúdio, com todos os quesitos técnicos necessários para obter um bom resultado no serviço que presta na área de produção de trilhas sonoras para rádio e televisão, jingle e gravações musicais, que se resume em quatro etapas: captação de som, edição, mixagem e masterização. Só para se ter uma ideia: uma música de três minutos requer de 20 a 25 horas de trabalho.
Para que o som seja captado com maior fidelidade possível, a principal providência foi fazer o tratamento acústico da sala. Para isso foram utilizados tapetes, madeiras, espumas e tecidos. “Não se trata apenas de um isolamento acústico; meu projeto incluiu o tratamento acústico, imprescindível para a captação de um som limpo”, explica Édipo.
Embora o ambiente tenha ficado pequeno [essa era a intenção], foi muito bem estruturado. “Fiz um bom planejamento e caprichei em todos os detalhes”, orgulha-se, informando que seus principais clientes são agências de publicidade, emissoras de rádio e televisão e cantores independentes, de várias cidades do Paraná e outros estados [como São Paulo e Bahia].
Entre outras aquisições que fazem parte do conjunto de ferramentas do seu ‘home studio’ estão um computador potente [com softwares específicos], interface de áudio com vários recursos, microfone sensível [que veio direto dos Estados Unidos] e caixas de som que reproduzem todas as frequências audíveis de forma plana. “Tudo equipamento de excelente qualidade”, exclama.

Nesse rol, vale destacar o expressivo acervo de instrumentos musicais que fazem parte do estúdio. Em meio a violões, viola, violino, guitarras, saxofone, evidencia-se um imponente piano. “Esse é de família”, atenta o músico. “Somando tudo, fiz um investimento que passa de cem mil reais”, declara. Mas, segundo ele, isso tudo é o de menos.
Sem falsa modéstia, é categórico quando diz que o diferencial do seu produto está nele mesmo, na sua formação musical. Édipo toca desde os 7 anos de idade. Começou aprendendo órgão, depois piano, violão, trompete, violino, violoncelo, sax… a lista é grande. Fez muitos cursos e, por último, a faculdade de música na Universidade Estadual de Maringá, com habilitação em ‘composição e regência de coral e orquestra’. “Meu forte é fazer arranjo musical!”.
Boa fase em Maringá
A ida para a Cidade Canção foi frutífera para Édipo, que pontua entre os mais conceituados multi-instrumentistas da nossa macrorregião. Ele foi para estudar, se graduou em 2017, mas continuou por lá até o ano passado, tocando em bandas e compondo [tem umas trinta canções autorais].

Também trabalhou com o produtor César Ribeiro, no Maestro Estúdios, um dos maiores e mais bem conceituados de Maringá, onde agregou uma bagagem significativa de conhecimento prático. “Foi uma grande oportunidade que tive para exercitar todo meu aprendizado teórico, explorando novos saberes em relação à rotina de uma produtora e à visão de mercado”, afirma Édipo.
Importante destacar, ainda, que seu repertório é eclético quando se fala em estilos musicais: ele transita tranquilamente entre o clássico e o pop. E mais: como intérprete, vai das aclamadas canções lá dos anos de 1940 às dos dias de hoje.

O retorno a Umuarama
Nascido aqui, quando se sentiu preparado, seguro para dar uma nova guinada na carreira, Édipo não hesitou para voltar. “Umuarama é uma cidade menor que Maringá, mas é melhor e, além do mais, tem tudo aqui”, opina o músico, mostrando seu lado bairrista.
Para ele, com a internet não há barreira geográfica: “Não perdi as parcerias que tinha lá, que agora somo com as que estou conquistando aqui; hoje em dia aonde se está é o de menos”.
Entre os fatores motivadores, Édipo inclui o fato de na região ter poucos concorrentes [ou nenhum do nível técnico dele] e o de ficar perto da família. “Eu me sinto mais feliz aqui; assim, dedicarei mais amor ao que faço, até porque os clientes confiam no meu trabalho”, arremata.


