Graça Milanez Publisher do OBemdito

Estudante inventa ‘boloverte’, faz e sai pelas ruas para vender o doce geladinho

Na ânsia de buscar uma renda, empreender com originalidade foi o caminho que encontrou em meio a tanta concorrência

Renato no seu local de trabalho, a rua: ideia vem dando certo! - Fotos: Danilo Martins/OBemdito
Estudante inventa ‘boloverte’, faz e sai pelas ruas para vender o doce geladinho
Graça Milanez - OBemdito
Publicado em 25 de março de 2023 às 17h22 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 12h00

Umuarama nunca esteve tão bem provida de docerias. Andando pela cidade você passa por confeitarias, cafeterias, sorveterias, que vendem excelentes iguarias. Sim, tudo rimando, ou seja, tudo em harmonia com o que pede nossa gula e seus desejos incontidos. Ainda assim, há quem compre doce caseiro de vendedores ambulantes, porque não resiste ao apelo.

Entre os vários que circulam pelas ruas da Capital da Amizade está o estudante Renato Rolon, 16 anos. Ele cursa o segundo ano do ensino médio no Colégio Estadual Paulo Tomazinho, no período da manhã. O tempo da tarde investe em… trabalho. Na busca de uma alternativa de renda para ajudar nas despesas da casa, resolveu empreender.

Quando bolou o negócio, o jovem pensou na possibilidade de sair vendendo doces, mas qual doce? Afinal, vender por aí bolo de copo, brownie, canudo recheado virou febre por aqui. Tanto refletiu, e pesquisou nas redes sociais sobre o assunto, que chegou à conclusão que teria que inventar. Foi aí que veio o insight: o tal ‘boloverte’. E partiu pra ação, pra ganhar dinheiro.

O ‘boloverte’ do Renato é uma receita que mistura, em camadas, bolo, sorvete e fruta [de verdade]. Na conversa com OBemdito ele apresentou duas versões: com morango e com abacaxi. Ele abriu a caixa térmica, uma das suas ferramentas de trabalho, e explicou como é confeccionado.

Com ajuda da avó, que faz o bolo, e da namorada, na montagem, faz aproximadamente 400 ‘bolovertes’ por semana [o sorvete compra pronto]. “É bem corridinho, mas um ajudando o outro vai dando tudo certo”, diz, acrescentando que quando decidiu apostar na ideia investiu 60 reais pra começar. “Levei pra vender no colégio, só que proibiram”, conta, rindo.

Renato anda cerca de dez quilômetros por dia para atingir sua meta de vendas

Não desanimou. Foi para as ruas e tem dado certo. “Ando dez quilômetros por dia e normalmente alcanço minhas metas de venda”, assegura. “Eu me considero um bom vendedor! Amo vender, mas gosto também, sim, de ajudar na cozinha”, acrescenta com bom humor. Aliás, isso parece ser a marca registrada dele. Sem modéstia, reconhece: 

“Tenho um jeito próprio para convencer as pessoas a comprar: sendo gentil. Abordo a todas com calma, ofereço o boloverte [que é “um pedaço de paraíso, como anuncia no Instagram], explico como é feito, ressalto o sabor dos ingredientes, provocando o desejo! Quando há clima, converso sobre outros assuntos… Sei que o meu produto por si só é muito gostoso, então o que faço é apenas ser gentil”, descreve.

Abordagem ao cliente: conversa tem que ser descontraída

Com a mesma convicção, acrescenta: “O meu jeito gentil vem de mim mesmo, sempre fui assim, mas as técnicas de venda que uso para apresentar o produto aprendi nos livros; leio bastante a respeito para agradar meu cliente!”.

== Para encomendar envie mensagem via WhatsApp para o (44) 98803-2625.

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