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Forças de Segurança e diretores de Umuarama debatem medidas para evitar ataques em escolas

Agentes da segurança pública de Umuarama e região se reuniram com diretores, pais e representantes da Educação, na manhã desta […]

Foto: Luiz Fernando/OBemdito
Forças de Segurança e diretores de Umuarama debatem medidas para evitar ataques em escolas
Redação - OBemdito
Publicado em 10 de abril de 2023 às 15h00 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 11h03

Agentes da segurança pública de Umuarama e região se reuniram com diretores, pais e representantes da Educação, na manhã desta segunda-feira (10) no auditório municipal, para debater medidas para conter ou evitar possíveis ataques às instituições educacionais da Capital da Amizade. A discussão foi sugerida pelo capitão Namur Hamilton Zandoná, do BPFron (Batalhão de Operações de Fronteira), que se preocupou após o atentado à uma creche ocorrida na última quarta-feira (5) em Itajaí (SC).

O evento teve início com um minuto de silêncio solicitado por Mario Junio Kazuo da Silza, atual presidente da Amerios (Associação dos Municípios do entre Rios), em respeito às vítimas do triste episódio ocorrido em Santa Catarina. Na sequência, a palavra foi passada ao Major Abreu, representando o 25º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Umuarama, que garantiu que a PM está se preparando e intensificando a presença policial nos colégios, conversando com o corpo docente e com os estudantes.

Preocupações aumentam

O Capitão Namur Zandoná expôs uma crescente preocupação após o atentado em Itajaí – que outrora era mais recorrente em países como os Estados Unidos. “Confesso para vocês que no dia que aconteceu isso eu não dormi a noite“, disse o militar. “Pode ser porque eu tenho dois filhos com idades semelhantes a aqueles que faleceram”, acrescentou.

Zandoná também explicou que atualmente a polícia está bem preparada para intervir em situações de conflito, porém sua preocupação está focada em trabalhadores das instituições de ensino. Ele citou que as professoras e funcionárias que agiram no atentado em Santa Catarina se movem por instinto e felizmente conseguiram evitar que a tragédia fosse ainda maior, porém é necessário um treinamento para que somente o impulso não seja o único recurso disponível.

“Esse tipo de agressor (ativo) irá buscar o mais vulnerável“, explicou Namur, que também acrescentou que em uma situação de invasão e ataque há certos procedimentos que sempre devem ser adotados pelas pessoas presentes. “São instruções básicas: fugir, esconder, trancar, informar e em último caso, lutar”.

Sugestões debatidas

Também presente na reunião, Miguel Fuentes Rometo, presidente da ACIU (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama) ressaltou a importância de discutir a solução desses eventuais problemas com o Poder Legislativo e Judiciário da cidade – como juízes e legisladores – considerando que o autor do atentado já possuía anotações criminais.

Representando o Núcleo Regional de Educação de Umuarama, a professora Kesia Liriam Meneguel agradeceu pela parceria das instituições com a Patrulha Escolar, porém lembrou que o efetivo policial é pequeno e muitas vezes não consegue atender todo o contingente. “Estamos todos amedrontados como educadores”, lamentou.

Ela concluiu sua fala traçando a possibilidade de novos exercícios semelhantes aos da Brigada Escolar – que trabalham evacuações de alunos e funcionários em situações de incêndio. Para ela, devido à nova realidade mais frequente de ataques em colégios, escolas e creches, o treinamento de evacuação também poderia ser aprimorado. “Acho que isso deveria ser ampliado para todas as unidades escolares da rede estadual, municipal”, finalizou.

Anderson José Pereira, diretor do Colégio Bento Mossurunga – o maior colégio da região de Umuarama, atualmente comportando cerca de 1500 alunos -, também pediu que as medidas se segurança sejam adotadas em caráter de urgência. “Não temos colete à prova de balas. Nós somos educadores”, expõs.

O pai de um aluno também esteve presente na reunião, e sugeriu a adoção de um sistema para cada sala de aula, onde seja possível o revezamento de um pai ou uma mãe de aluno para que assista a aula da turma. O argumento dele foi que a presença de alguém fora do corpo docente pode significar na melhor segurança dos alunos em um eventual ataque, bem como a possível melhoria na qualidade da aula por ter um responsável presente. “É uma ideia que pode ser aprimorada”, opinou.

Mariuza Gonçalves, responsável pela Secretaria da Educação Municipal de Umuarama, agradeceu a sugestão do pai, porém explicou que a ideia é inviável pois pode ferir a segurança dos alunos em sala de aula e o direito à privacidade dos estudantes. “Enquanto seu filho está lá dentro da instituição ele é nossa responsabilidade. Mas nós não estamos mais dando conta”, lamentou.

Evento on-line aberto à comunidade

Ao fim da reunião, foi estabelecido que haverá um encontro on-line, pelo YouTube, onde os funcionários das escolas e colégios de Umuarama se reunirão com os profissionais da segurança pública para receberem informações e instruções sobre as novas diretrizes para minimizar riscos de atentados na cidade e região.

O evento está marcado para as 14h30 de amanhã (terça-feira, 11), e é aberto para a participação de toda a comunidade, que poderá interagir pelo chat da live. Até o fechamento desta matéria, o link para participação do evento não estava disponível, porém assim que enviado OBemdito irá atualizar esta matéria acrescentando-o ao fim.

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