Ítalo Fábio Casciola Publisher do OBemdito

A natureza presenteou o Noroeste com um paraíso verde: Rebio das Perobas

Imensa floresta de 87,2 quilômetros quadrados protege rios e aves raras

Outra ave incrivelmente atraente vive sob a calma das sombras da imensa mata: Urubu-Rei - Foto: Assessoria
A natureza presenteou o Noroeste com um paraíso verde: Rebio das Perobas
Ítalo Fábio Casciola - OBemdito
Publicado em 29 de abril de 2023 às 17h39 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 09h49

Muita gente, que vive aqui no Noroeste, não conhece um verdadeiro paraíso que existe bem perto de nós… E até mesmo quem já passou em frente dele mas, justamente por ignorar a sua existência, não entrou para conhecê-lo e admirar um mundo onde reina absoluta a Mãe Natureza, rodeada de encantos da pureza divina ecológica.

É um mundo intocado, assim como era este território no início do século passado, sem humanos para destruir a mata e a terra fértil. Um espaço maravilhoso para sentir-se em paz e se emocionar com a pureza da flora e da fauna…

COMO CHEGAR LÁ

Pois esta crônica-reportagem vai levar vocês à Reserva Biológica (Rebio) das Perobas, situada nos municípios de Cianorte e Tuneiras do Oeste, a apenas 53 quilômetros da Capital da Amizade. O tempo estimado do percurso da viagem para chegar lá é de aproximadamente 41 minutos…

O acesso à Rebio pode ser feito pela rodovia PR-323, entre Cianorte e Umuarama. Do trevo com a rodovia PR-479, no município de Tapejara, segue-se por aproximadamente 15 quilômetros até Tuneiras do Oeste. De Tuneiras do Oeste, segue-se pela BR-487, conhecida como Estrada Boiadeira, em trecho não pavimentado por aproximadamente 10 quilômetros até a entrada da Unidade.

A reserva abriga incríveis perobas com mais de 30 metros de altura! Em suas trilhas também é possível observar algumas das mais de 120 espécies de aves já identificadas, como araçaris, surucuás, urubus-reis, juruvas e jacupembas. Também podem ser avistados queixadas, catetos, veados-mateiros e antas.

Placa de sinalização nas proximidades da Rebio das Perobas (Foto: Juliana Cavalini dos Santos)

A formação vegetal encontrada na Reserva Biológica das Perobas apresenta tipicamente os elementos de Floresta Estacional Semidecidual. Observam-se árvores de grande porte e sub-bosque rico em espécies clímax. Devido à localização da Reserva Biológica das Perobas no ecótono entre a Floresta Estacional Semidecidual e a Floresta Ombrófila Mista, a fauna da região apresenta elementos florestais, de uma, outra ou ambas as tipologias.

HISTÓRICO

A Reserva Biológica das Perobas recebeu este nome pela grande abundância, em seu território, da árvore homônima, a peroba. Esta Unidade de Conservação foi criada dentro de um conjunto decretado em 2006 pelo Governo Federal nos estados do Paraná e de Santa Catarina, com o objetivo de aumentar a proteção sobre os remanescentes de Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como floresta com araucária ou pinheiro-do-Paraná, uma fitofisionomia da Mata Atlântica cuja área atual com características da floresta primitiva restringe-se a menos de 1% da original.

Este é o Araçari, que encanta os olhos com o colorido de suas plumas (Foto: Assessoria)

O processo de criação foi iniciado em 20 de dezembro de 2002, quando foram editadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) as portarias 507 e 508, apontando áreas prioritárias para fins de realização de estudos para criação de novas Unidades de Conservação na área de domínio da Floresta Ombrófila Mista nos Estados de Santa Catarina e do Paraná.

Finalmente, no dia 20 de março de 2006, foi assinado um decreto pelo Presidente da República criando oficialmente a Reserva Biológica das Perobas nos territórios dos municípios de Cianorte e Tuneiras do Oeste, com 8.716 hectares – ou 87,2 quilômetros quadrados.

. O Decreto entrou em vigor no dia seguinte, com a publicação no Diário Oficial da União.

A gigante Rebio das Perobas: floresta de 87,2 quilômetros quadrados protege rios, animais e aves raras (Foto: Apolônio Rodrigues)

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA UNIDADE

A Reserva Biológica das Perobas foi criada pelo Governo Federal com o propósito de desempenhar as mais importantes atividades de proteção ecológica dessa ampla área de mata virgem:

– Preservar o maior remanescente de Floresta Estacional Semidecidual das regiões norte e noroeste do Estado do Paraná.

– Favorecer a melhoria da qualidade de vida da comunidade do entorno da Unidade, por meio de serviços ambientais.

– Restaurar o equilíbrio ambiental da Reserva, por meio da remoção de espécimes exóticos e/ou invasores, como por exemplo capim-colonião, braquiária e mamona.

– Reduzir os efeitos do isolamento da Reserva, que está cercada por atividades agropecuárias.

– Preservar as nascentes das microbacias dos rios Mouro e dos Índios inseridas na Reserva.

– Promover a restauração da qualidade ambiental dos cursos d’água que vertem para a Reserva.

– Proteger o remanescente de pinheiro-do-Paraná Araucaria angustifolia localizado no interior da Unidade.

Anta passeia livre e solta à procura de alimentos pela Rebio (Foto: Assessoria)

– Proteger as espécies de plantas ameaçadas de extinção com ocorrência identificada na Reserva, principalmente peroba-rosa Aspidosperma polyneuron, palmito-jussara Euterpe edulis, cedro Cedrela fissilis, rabo-de-rato Lepismium cruciforme, cacto-macarrão Rhipsalis cereuscula, samambaiaçu Cyathea atrovirens, pau-marfim Balfourodendron riedelianum e orquídeas Baptistonia lietzei e Rodriguezia decora.

– Proteger as espécies de animais ameaçadas de extinção com ocorrência identificada na Reserva, principalmente onça-parda Puma concolor, jaguatirica Leopardus pardalis, cateto Pecari tajacu, queixada Tayassu pecari, paca Cuniculus paca, anta Tapirus terrestris, gavião-pato Spizaetus melanoleucus, morcego Myotis ruber, tapiti Sylvilagus brasiliensis, araçari-de-bico-branco Pteroglossus aracari, jaó Crypturellus undulatus e macuco Tinamus solitarius. Proteger as espécies de peixes novas para a Ciência encontradas na Reserva dos gêneros Ancistrus, Trichomycterus, Hisonotus e Hoplias.

– Promover Educação Ambiental capaz de provocar reflexão e mudança do comportamento das comunidades do entorno em relação ao meio ambiente local.

– Possibilitar a pesquisa científica que ajude a conservação e a preservação ambiental da região como um todo.

A entrada da Rebio das Perobas, entre Cianorte e Tuneiras do Oeste

VISITE A BELA REBIO DAS PEROBAS!

Depois de ver as imagens e ler esta longa narrativa, sugiro que visite a Rebio das Perobas. A minha sugestão especial vai para a nova geração, que nunca passeou por uma floresta: Vai se encantar com as maravilhas que existem nela!!! Boa viagem!!! (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

FONTE: Com informações cedidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

A floresta abriga incríveis perobas com mais de 30 metros de altura! (Foto: Assessoria)
Cachoeira de um dos riachos no interior da mata virgem (Foto: Jarbas yurasseck, jr)

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