Com doações, casa de apoio acolhe pacientes de vários Estados para tratamento em Umuarama

Centro médico de referência no Paraná, com hospitais de atuação reconhecida, Umuarama recebe pacientes de vários Estados para tratamentos, cirurgias e procedimentos especializados. O fluxo de outras regiões – algumas bem distantes – inclui pacientes e acompanhantes de todas as classes sociais.

Porém a grande maioria busca atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e nem sempre possui condições financeiras para se alojar, se alimentar e custear as despesas. Muitos são informados em cima da hora sobre a liberação de cirurgias e tratamentos e nem sempre têm tempo de se prepararem financeiramente para o deslocamento e a estadia, por isso acabam na dependência de entidades e casas de apoio. Nesses momentos, uma boa acolhida faz toda a diferença.

“As pessoas ficam sensíveis quando se trata de saúde, pois neste momento lidam diretamente com a vida, com a esperança de cura, e não podem perder o tratamento, mesmo que não tenham condições”, aponta a secretária de Assistência Social de Umuarama, Adnetra Vieira dos Prazeres Santana. Ela lembra que Umuarama tem várias instituições sociais que prestam apoio, porém a necessidade é ainda maior.

Um desses locais é a Casa da Esperança Águas Vivas, que há quatro anos recebe pacientes de passagem pela cidade para tratamentos médicos. O trabalho, comandado pela pastora Mara Antunes da Silva e pelo marido José Ramalho, é totalmente voluntário, sem nenhum apoio institucional.

“Atuávamos voluntariamente nos hospitais, orientando pacientes, e vimos as dificuldades que muitos enfrentavam por vir de cidades distantes e não ter onde ficar, às vezes não ter dinheiro nem para a alimentação. Resolvemos montar uma casa de apoio para acolher essas pessoas e em junho de 2019 começamos atender em uma casa alugada próximo da Praça Sete de Setembro”, lembra ela.

Desde então a casa recebeu centenas de pessoas de praticamente de todo o país. “Já tivemos pacientes de Manaus (AM), Recife (PE), do Amapá, Rio Grande do Norte, Acre, Rondônia, Mato Grosso e tantos Estados. A maioria vem realizar cirurgias e tratamento de câncer no Hospital Uopeccan. Nós as acolhemos, fornecemos quatro refeições diárias e fazemos transporte até o hospital com nosso carro”, explicou Mara Antunes. O marido é o motorista.

A casa conta com o trabalho de voluntários que ajudam na limpeza, organização e preparo das refeições, além de uma enfermeira e dois técnicos de enfermagem que auxiliam os pacientes. Os quartos são individualizados (para homens e mulheres) e contam com cama hospitalar e beliches, para os acompanhantes. Os banheiros também são separados. A capacidade é para até 12 pessoas e o fluxo é constante.

Os pacientes conhecem o abrigo por indicação do hospital, assistentes sociais, ‘boca a boca’ e também pelos departamentos de Tratamento Fora do Domicílio (TFD) das prefeituras. “Imagino que a qualidade do atendimento seja o diferencial. O pessoal fala muito bem sobre o tratamento que recebem na Casa da Esperança e com isso o nome vai se propagando”, acrescentou a secretária Adnetra.

A manutenção depende de doações. “Temos ajuda para o aluguel, a internet e outras despesas de pessoas que por aqui passaram e se sentem gratas. Pacientes que recebem ajuda de custo do TFD e acompanhantes às vezes também fazem doações”, conta a pastora Mara.

“Se tivermos mais apoio poderemos ampliar a capacidade, adquirir uma nova sede, oferecer mais serviços. Este é um sonho”, acrescentou. A entidade também já atendeu muitos moradores de rua, que não tinham onde ficar durante ou após tratamentos médicos.

DEPOIMENTOS

Gratidão foi a palavra escolhida pelo aposentado Raimundo Rodrigo dos Santos, morador de Maringá que há 12 dias está alojado na Casa da Esperança, acompanhando o tratamento da esposa, internada na UTI do Hospital Uopeccan. “Vim por indicação e a recepção foi excelente. Aqui a gente é muito bem tratado. Temos um porto seguro para encarar o desafio da doença. Nessas horas todo apoio é importante”, afirmou.

A dona de casa Najila Araújo veio de Rio Branco (AC) para uma cirurgia no quadril. Andando com dificuldade, ela conta que seria operada no Rio de Janeiro, onde tem familiares, mas às vésperas da cirurgia foi informada sobre a mudança para o hospital de Umuarama.

“Tive de sair às pressas e cheguei aqui sem conhecer ninguém. Graças a Deus fiquei sabendo da casa de apoio e fui muito bem recebida. Aqui a gente se sente em casa, tanto pela acolhida quanto pelo convívio com o pessoal”, declarou, ao lado de outros pacientes de São Tomé (PR), São João da Baliza (RO) e Mazagão (AP) que se encontravam no local, nesta semana.

A Casa da Esperança Águas Vivas funciona há cerca de quatro meses em novo endereço, na rua Paul Percy Harris, nº 2552, Zona VII – próximo ao entroncamento das avenidas Rondônia com Dr. Cássio Gastão Vidigal, e atualmente busca junto ao município reconhecimento da declaração de utilidade pública.

Projeto de Lei neste sentido deve ser encaminhado em breve pelo Executivo para aprovação na Câmara de Vereadores. O telefone para contato e doações é (44) 99811-1921.

(Assessoria PMU)

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