
Norospar segue utilizando leitos extras para atender crianças com síndrome respiratória
Casos mais graves acontecem em crianças e estão exigindo esforço redobrado das equipes do hospital. No Cemil a situação é semelhante


O Hospital Norospar está trabalhando além da capacidade para conseguir atender todas as crianças que estão internadas com síndrome respiratória. A grave situação se estende há mais de um mês e está esgotando mental e fisicamente até mesmo os profissionais da instituição de saúde.
No final de março o coordenador do serviço de pediatria da Norospar, Dr. Kelson Ferrarini, divulgou informações alarmantes relacionadas com o aumento exponencial dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em Umuarama e região. Na época ele explicou que um novo surto de doenças respiratórias está em curso, afetando pessoas de todas as idades, principalmente crianças de zero até os 12 anos.
Em pacientes nessa faixa etária, sintomas de resfriado como coriza, tosse e febre têm evoluído rapidamente para crises respiratórias agudas, que exigem atendimento médico imediato.
OBemdito manteve contato com a assessoria de comunicação da Norospar nesta sexta-feira (5). A informação é de que a situação continua de emergência. Atualmente o hospital conta com seis leitos extras de UTI Neo. A Pediatria do SUS está sem leitos disponíveis há muitas semanas, com ocupação maior de 50% de leitos extras. Desta forma, os pacientes do SUS estão sendo alocados nos leitos particulares.
Na tarde desta sexta-feira aconteceu uma reunião dos prefeitos que compõe o Cisa-Amerios (Consórcio de Saúde da Região Amerios). O presidente da Norospar, Dr. Luiz Batista França, esteve com os gestores para abordar a situação.
Dr. Kelson Ferrarini conversou com os prefeitos por videochamada, pois não tinha possibilidade de se ausentar do hospital devido à superlotação. Ele disse aos participantes da reunião que a situação é considerada desesperadora.
“Frequentemente estamos com crianças intubadas no pronto-socorro, aguardando leitos”, informou a assessoria, acrescentando que nesta sexta-feira não tinha nenhuma criança nestas condições, mas ontem (quinta-feira, 4) havia duas.
Dr. Kelson também enfatizou a sobrecarga de trabalho dos profissionais, salientando a necessidade de contratação de médicos e enfermeiros para enfrentar a crise.
CEMIL
O hospital Cemil também está com todos leitos SUS ocupados e utilizando leitos extras para atender a demanda. Segundo a assessoria de comunicação, a UTI Neo e a UTI Pediátrica do Cemil estão com 100% da capacidade ocupada.

PERÍODO COMPLEXO
Em outra ocasião, Dr. Kelson afirmou que “nessa época, que precede o inverno, aumenta a circulação de vírus respiratórios e doenças alérgicas em crianças e adolescentes. Alertamos os pais e responsáveis para intensificar os cuidados preventivos e para ficarem atentos aos sinais de piora nos quadros de síndrome respiratória”.
As crianças pequenas, de zero a cinco anos de idade, com baixa imunidade ou doenças crônicas, podem sofrer mais com as oscilações de temperatura e exigem maior atenção e cuidado.
De acordo com o médico é fundamental oferecer uma alimentação saudável às crianças, aumentando a oferta de frutas, verduras, sucos e principalmente água nessa época, mesmo que não estejam doentes. “A hidratação é fundamental nesse período, pois o ar está mais seco, favorecendo a proliferação as infecções virais”.


