
Aumentam casos de hepatite em Umuarama e infectologista alerta sobre tratamento e prevenção
Julho foi adotado pelo Ministério da Saúde como o mês de luta e prevenção das hepatites virais. E o médico […]


Julho foi adotado pelo Ministério da Saúde como o mês de luta e prevenção das hepatites virais. E o médico infectologista Ricardo Delfino Perci, chefe do Ambulatório de Infectologia da Secretaria Municipal de Saúde de Umuarama, lembra que isso não significa que a prevenção à doença deva ser menor nos demais meses do ano, mas de constante atenção, porque as hepatites virais são as principais causas de câncer no fígado.
Para se ter uma ideia, apenas nos seis primeiros meses desse ano, sete pessoas contraíram o vírus da hepatite – seis delas do tipo B e uma do tipo C – e o Ambulatório acompanha ao menos 330 pacientes. “De acordo com o Ministério da Saúde, três milhões de brasileiros estão infectados pela hepatite C, mas não sabem que têm o vírus. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 3% da população mundial seja portadora de hepatite C crônica”, alerta Dr. Perci.
Segundo ele, a falta do conhecimento da existência da doença é o grande desafio, por isso a recomendação é que todas as pessoas com mais de 45 anos de idade façam o teste gratuitamente em qualquer posto de saúde e, no caso positivo, façam o tratamento que está disponível no Ambulatório de Infectologia, que fica na rua Perobal nº 4488 (fundos do Centro de Especialidades Médicas).
Em 2020, 14 pessoas contraíram hepatite em Umuarama. Em 2019 foram 21, em 2018 foram 17 e em 2017 foram 23 casos. “Pelo grau de gravidade, a hepatite C merece uma atenção especial. Ao contrário dos demais vírus que causam hepatite, o vírus da hepatite C não gera uma resposta imunológica adequada no organismo, o que faz com que a infecção aguda seja menos sintomática, mas também com que a maioria das pessoas que se infectam se tornem portadores de hepatite crônica, com suas consequências a longo prazo”, explica o infectologista.
SAIBA MAIS SOBRE HEPATITES
Hepatite C é a inflamação do fígado causada pela infecção pelo vírus da hepatite C (VHC ou HCV), transmitido através do contato com sangue contaminado. Essa inflamação ocorre na maioria das pessoas que adquire o vírus e, dependendo da intensidade e tempo de duração, pode levar a cirrose e câncer do fígado.
São cinco os tipos mais comuns de hepatites virais (A, B, C, D e E) e no caso a hepatite B, já há vacina disponível nos postos de saúde para pessoas de até 50 anos de idade. “Além destes tipos são registrados ainda dois outros: o F, que apesar de estudos recentes não terem configurado sua existência, sendo portanto descartado, mas não eliminado da literatura médica, e o tipo G”, detalha.
O alerta do infectologista é para que a prevenção se torne um hábito, principalmente para evitar que a doença evolua para uma situação mais grave pela falta de diagnóstico ou diagnóstico tardio, quando a doença já está em estado avançado. “Em Umuarama, nós oferecemos tratamento gratuito para hepatites B e C no Ambulatório de Infectologia. É muito importante procurar ajuda médica e fazer o tratamento correto”, finaliza Dr. Ricardo Perci.
HEPATITE POR TIPO
Hepatite A, que tem o maior número de casos, está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e cura sozinha. Existe vacina.
Hepatite B, o segundo tipo com maior incidência, atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção para a hepatite B é a vacina, associada ao uso do preservativo.
Hepatite C, tem como principal forma de transmissão o contato com sangue. É considerada a maior epidemia da humanidade hoje, cinco vezes superior à Aids/HIV. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado. Não tem vacina. A doença pode causar cirrose, câncer de fígado e morte.
Hepatite D, causada pelo vírus da hepatite D (VHD) ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D.
Hepatite E, causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que foram infectadas pelo vírus da hepatite E podem apresentar formas mais graves da doença.
Hepatite F, relatos recentes demonstram que não se confirmou a identificação do vírus da hepatite F (VHF), portanto este tipo de hepatite, segundo a Organização Mundial de Saúde pode ser desconsiderado.
Hepatite G, o vírus da hepatite G (VHG), também conhecido como GBV-C é transmitido através do sangue, sendo comum entre usuários de drogas endovenosas e receptores de transfusões. O vírus G também pode ser transmitido durante a gravidez e por via sexual. É frequentemente encontrado em co-infecção com outros vírus, como o da hepatite C (VHC), da hepatite B (VHB) e da Aids (HIV).
(Assessoria PMU)