Graça Milanez Publisher do OBemdito

Há 52 a Sorvetes Guri colabora para engrandecer o nome de Umuarama Brasil afora

Indústria se prepara para lançar polpa de frutas congelada com a marca que chega, todos os dias, a milhares de lares

Miguel Fuentes e o fundador da Guri, Rubens Werkhauser: orgulho pelo sucesso da marca que extrapola as fronteiras do Paraná - Foto: Danilo Martins/OBemdito
Há 52 a Sorvetes Guri colabora para engrandecer o nome de Umuarama Brasil afora
Graça Milanez - OBemdito
Publicado em 20 de junho de 2023 às 12h20 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 06h29

Quantos litros de leite, quantos quilos de chocolate, quantos tipos de sabores são necessários para a fabricação de dez mil picolés por hora? Por hora, bom sublinhar. Ele sabe: Miguel Fuentes Romero Neto, 47 anos, diretor executivo de uma das maiores indústrias de sorvete do Paraná, a Guri, tem todas as respostas na ponta da língua.

Movido a objetivos e desafios, Fuentes está no comando da Sorvetes Guri há 28 anos, tempo que só trabalhou por uma causa: fazer a indústria crescer em tamanho, em tecnologia, em produção, para torná-la referência no segmento. Conseguiu. O salto foi gigantesco!

A pequena fábrica, cujo embrião nasceu em 1971, ficou enorme, quase dez vezes maior: de 900 metros quadrados de área construída [que chegou a ter nos anos de 1900, quando funcionava na Rua Jussara] passou para oito mil metros quadrados, espaço que abriga os vários setores da empresa, dotados de equipamentos de última geração. A equipe de OBemdito foi convidada para conhecê-la.

Durante a visita, sempre muito cortês, Fuentes a cada passo que dava, a cada frase que pronunciava, reafirmava sua paixão pelo negócio, que ajudou a impulsionar. O fundador, Rubens Werkhauser, sogro do diretor, participou do tour.

“Essa indústria evoluiu porque fomos atrás, corremos atrás dos nossos projetos”, enfatizava Fuentes, que diz trabalhar 14 horas por dia para dar conta da rotina puxada que a gestão da Guri impõe.

“Vem ver essa máquina”, chamava, mirando para ela. “Importada dos Estados Unidos… Temos muitas outras importadas, da Itália, da Alemanha, todas de última geração! Aqui fabricamos sorvetes com ótimos ingredientes, mas também com muita inovação”.

Segundo ele, os recursos tecnológicos adotados permitem que a Guri mantenha rígido processo no controle de qualidade. Diz isso mostrando as ferramentas sofisticadas de pasteurização e filtragem por onde passam todas as misturas de ingredientes que vão para as formas ou para os potes.

E continua andando pelo chão da fábrica, com fala rápida, sempre timbrada pela empolgação, agora apontando para o estoque de chocolate: “São 25 toneladas, quantidade que usamos em poucos dias de operação. E leite? Entram nas nossas tinas milhares de litros todos os dias! É ou não é impressionante?!”

Miguel Fuentes diante da tina de gurigurt, o sorvete com sabor de iogurte de chiclete, um dos mais vendidos do portifólio

Sim, tudo impressiona na Guri: a organização, a assepsia, o portifólio e, claro, o aroma delicioso de baunilha que paira no ar.

“Fomos acompanhando as tendências de mercado, acrescentando novidades ano a ano e produzindo mais em quantidade e qualidade, chegando a um mix de 150 sabores”, destaca Fuentes, que é graduado Administração.

O passeio pela fabulosa fábrica de sorvete estava terminando, mas o timbre de entusiasmo permanecia na voz. Fuentes, enfim, anuncia mais um grande salto de expansão da Guri: sede nova. O projeto arquitetônico já está quase pronto.

“Vamos construir uma sede bem maior que esta, próximo daqui, e transferir todo esse maquinário para lá. O projeto é muito arrojado! Além da fábrica, teremos no local espaços lúdicos para receber as pessoas que, como nós, amam sorvete! Vai lembrar uma ‘disneylândia’, marcada por cores, luzes, brinquedos, enfim, por muita modernidade!”, descreve Fuentes.

A transferência tem outro propósito importante: sai o sorvete e entra, no lugar, a ‘Guri Polpa’; a intenção é produzir polpa de frutas com novo formato [mais prático na hora do consumidor fazer o suco].

Miguel Fuentes diante da fachada da Guri: em breve a fábrica estará em novo endereço

Rubinho, o fundador

Natural da Serra Gaúcha, o contador Rubens Werkhauser, 79 anos, chegou em Umuarama em 1971. Foi o primeiro gerente do Presidente Hotel. Mas logo quis se tornar empresário.

Vendo que o cenário era promissor para investimento, e aproveitando o know-how de família [o pai e os irmãos eram sorveteiros lá no Rio Grande do Sul], decidiu, então, fundar em Umuarama a ‘Sorvetes Guri’.

Ele recorda que a região, à época, tinha uma boa economia, pautada nas lavouras de café, algodão, milho… “Era forte e o negócio tinha tudo para dar certo”, orgulha-se.

Com nome emblemático, inspirado no dialeto gaúcho, a ‘Guri’ se estruturava, então, nos fundos do hotel. “Começava pequena, tímida, mas com boas expectativas, porque vi um campo favorável para esse segmento”, afirma Rubinho, como é mais conhecido na cidade.

Perguntado se chegou um dia acreditar que a Guri alcançaria tamanho sucesso, disparou, com os olhos brilhando de satisfação: “Nunca imaginei!”. O mérito, ele ‘joga’ para o genro. “Miguel fez e faz um trabalho exemplar! Sempre acreditei na competência dele!”, elogia.

O empresário em sua sala de trabalho: expediente de 14 horas, todos os dias

Sabores e consciência ambiental

Instalada à margem da rodovia PR 489, atualmente a Guri produz cem mil picolés e 40 mil potes de sorvete [de dois litros] por dia; tudo isento de gordura ‘trans’, diga-se de passagem.

Tem mais de cinco mil pontos de venda no Brasil [66% no Paraná] – também exporta para o Paraguai e, em breve, tem planos para exportar para a Bolívia. Uma frota de 60 veículos [a maioria caminhão baú refrigerado] faz parte do patrimônio da empresa, que gera cerca de 200 empregos.

Além de lojas próprias, a empresa Guri faz parcerias para a comercialização dos produtos que fabrica, incentivando pessoas interessadas em empreender a abrir loja para revenda. Já são várias em funcionamento, implantadas com suporte arquitetônico e administrativo da Guri.

Atenta às questões ambientais, a indústria aplica medidas importantes para prevenir danos, investindo em equipamentos que diminuem o consumo de energia elétrica e água e que não geram resíduos industriais. Só usa embalagens recicláveis, palitos de madeira de reflorestamento legal e frízer que utiliza gás isento de CFC [que não agride a camada de ozônio e não contribui para o efeito estufa].

O fundador Rubens Werkhauser: “Nunca imaginei tamanho sucesso do meu empreendimento!”

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