
Com novo nome, Olinda Palace inaugurado em 1969 continua ativo em Umuarama
Renomeado ‘Topázio Hotel’, empreendimento é administrado pela proprietária, que tem 78 anos


Uma cidade planejada já nasce com muitos privilégios. Umuarama é exemplo: as avenidas largas, tão elogiadas, validam essa afirmação. Mas não é só isso que a tornou um lugar cobiçado por muitos, desde que foi fundada, em 1955.
Terra boa para agricultura, em pouco tempo a cidade floresceu, ganhou projeção. Muitos pioneiros – paulistas, mineiros, nordestinos e paranaenses de outras regiões – foram atraídos pela pujança que emanava daqui.
Na esteira do progresso rural, o urbano se expandia também com uma velocidade admirável e assim Umuarama em poucos anos se tornou um centro comercial importante. E para manter esse status, era preciso ter, logicamente, hospedagem à altura.
Com apenas 14 anos de idade a cidade ganha, então, um hotel com o propósito de destacar o município também na hotelaria: não era o primeiro, porém era moderno, amplo, arrojado para a época. Foi inaugurado em 1969.

Tratava-se do ‘Olinda Palace Hotel’, investimento do médico Severino Cantarelli, à época dono do primeiro hospital de Umuarama, o São Francisco [extinto]. Segundo consta, a intenção dele era empreender, colaborar para o fortalecimento do município. Nos anos de 1980 é vendido para Francisco Bustelo Calvo, também médico.
E em 2001 troca de dono novamente. Foi adquirido pelo casal Joana Rueda, 78 anos, e Pedro Maldonado [em memória], que o nomeou ‘Topázio Hotel’. Com 31 quartos, está localizado num dos pontos mais movimentados de Umuarama, a Avenida Florai.

Apoiada por seis funcionários, quem toma conta é a Dona Joana, como sempre. Mesmo prestes a se tornar uma octogenária, ela continua firme, na administração do empreendimento. Diz que trabalha umas dez horas por dia, e não se cansa.

“Tenho saúde… Disposição também não me falta…”, garante, reticente, mas expressando contentamento. “Tenho orgulho do meu trabalho, mas sei que, pela minha idade, já está na hora de parar de trabalhar, até porque quero ter mais tempo para passear, viajar”.
No entanto, para isso, ela diz que precisa vender o hotel, porque os filhos [tem quatro, dois médicos e duas professoras] não podem assumir a gerência. “É uma pena, pois temos muitos clientes fidelizados; nosso movimento sempre foi muito bom”, assegura a empresária.
Em relação à arquitetura externa e de interiores nada lembra o Olinda de 54 anos atrás. “Quando compramos, reformamos tudo”, diz Dona Joana, que torce para encontrar um comprador que queira dar sequência ao negócio. “Porque este hotel tem boa reputação e sempre foi muito importante para Umuarama”, justifica.

Dona Joana é pioneira de Umuarama: ela e o marido chegaram em 1964. Vieram de Arapongas, logo que se casaram, motivados pela fama de cidade acolhedora e próspera. “Acertamos, porque nossa trajetória aqui foi bem-sucedida!”.



