
Centro Anjo da Guarda comemora 60 anos de trabalho na educação infantil, em Umuarama
No momento o maior desafio é a revitalização do parquinho, que não está sendo usado por questões de higiene


O Centro de Educação Infantil Anjo da Guarda, é a instituição para crianças mais antiga de Umuarama. São 60 anos de cuidado e preocupação com a infância. A Irmã Maria Aparecida Claus, 57 anos, que atualmente ajuda a administrar o centro, recebeu OBemdito e contou um pouco da história e como cuidam das 120 crianças.
Hoje o local tem 4 salas que são divididas em 3 turmas integrais e 1 meio período, refeitório, aérea de esporte coberta, cozinha, área de convivência e tudo é oferecido gratuitamente. Ao todo, o centro já cuidou de mais de 6 mil crianças.
A formação do centro começou em 1963, apenas 8 anos após a fundação da Capital da Amizade, quando as mulheres da cidade começaram a demandar apoio no cuidado dos seus filhos para que conseguissem exercer suas profissões. Foi Dom Eliseu Mendes Simões, primeiro bispo da cidade, que percebeu a situação precária que a cidade estava e com quem as mães deixavam seus filhos.
O Bispo junto com o Frei Orlando Busato, na época pároco na Matriz São Francisco de Assis, começaram a buscar soluções para ajudar a sanar essas dificuldades. No início eles entregavam leite, cesta básica e remédios, porém, no mesmo ano viram a necessidade de fundar a Associação de Proteção a Maternidade e Infância (Apmi), em Umuarama, que contou com o apoio de várias mulheres rotarianas, moradoras, primeira-dama e também mulheres que tinham uma condição social opulenta e perfil para a caridade.
Com o passar dos anos a necessidade de ampliar os trabalhos levou a instituição a buscar um espaço próprio. Então, em 1969, a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (Cmnp) doou o terreno e foi construída a primeira estrutura do centro de educação. Foram necessários 6 anos para finalizar a obra, pois o dinheiro arrecadado veio de várias promoções, festas, financiamento estadual, municipal e ajuda da comunidade.

“Então eu digo que esse espaço não é da congregação. Só em 1978 as irmãs vieram, pois essas mulheres [que fundaram a creche] viram que não davam conta de socorrer as crianças, as suas famílias, esposos… Então chamaram a Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Jesus e estamos até hoje na organização interna. O espaço é do povo. É a primeira creche e é o único centro de educacional infantil da cidade.” contou Irmã Maria.

Com o passar dos anos o centro continuou crescendo e sendo cuidado com muito zelo pelas irmãs, funcionários, pais, familiares e pessoas da comunidade. Atualmente, das 120 crianças que o centro atende, 72 crianças ficam no período integral que é das 7h45 às 19h10, e no meio período são 48, ou seja, 24 crianças por turno. Elas recebem 4 refeições por dia e a cozinha é administrada pela Irmã Adele da Silva, 62 anos, que trabalha há quase 18 anos na instituição.
“Essa vez vai fazer 4 anos, mas na primeira vez fiquei 10 anos e a segunda fiquei 4 anos. São 18 anos de trabalho aqui e cuidei de muitas crianças. A primeira vez eu trabalhei no berçário. Naquele tempo erámos em apenas duas e não era como agora que está tudo repartido. Eram 30, 35 bebês e a gente dava conta de tudo. Hoje está mais fácil pois é tudo repartido, mas é um trabalho que eu amo e é gratificante. Agora estou na cozinha, mas se precisar [cuidar das crianças] eu vou, do contrário pedi para me deixarem brigar um pouco com as panelas”, contou a Irmã em tom de brincadeira.

Hoje a instituição conta com apoio de 23 funcionários e duas professoras a Laura Leles de Freitas Rissato, 43 anos, e a Panmella Freitas Fernandes, 32 anos, já foram cuidadas pela Irmã Adélia. “Minha irmã e eu ficamos aqui dos 4 meses até os seis anos e saímos direto para ir para a escola. Agora deu certo eu trabalhar aqui” contou Laura. “Entrei aqui com um aninho e fiquei até os 4 anos. É um prazer trabalhar e retornar a casa onde eu fui cuidada na minha infância” disse Panmella.
No momento o maior desafio é a revitalização do parquinho, que não está sendo usado por questões de higiene. Existem muitos gatos na região e como o local tem areia, os animais acabam usando para fazerem suas necessidades. A área precisa ser telada em cima, nas laterais e necessita de novos brinquedos.

“Precisamos revitalizar o parquinho, mas também o telhado e a fiação. São três desafios grandes e contamos com a ajuda da comunidade. Já fizemos uma solicitação de uma emenda parlamentar, com os deputados, com os vereadores, encaminhamos um ofício para eles também, então já estão a par da nossa situação. Agora é só vir a ajuda”, explicou Irmã Maria.
Quem quiser ajudar pode fazer doações por PIX (44984094085), na própria instituição ou participando dos eventos que o centro realiza durante todo ano. Para concorrer a uma vaga no centro é necessário fazer o cadastro no Sistema Fila Única da Secretaria Municipal de Educação de Umuarama.



