
Familiares de imigrantes mortos na explosão em Palotina querem sepultar corpos no Haiti
Velório coletivo está sendo organizado em um ginásio de esportes no centro da cidade


Dos oito mortos nas explosões que aconteceram na unidade de recebimento de grãos da cooperativa C Vale, na tarde desta quarta-feira (26), em Palotina, sete são haitianos. Existe um clamor de parentes para que os corpos dos imigrantes sejam transladados para o país de origem.
Até o final da tarde desta quinta-feira (27), os corpos dos imigrantes seguiam no IML (Instituto de Médico Legal) de Toledo e Cascavel. A assessoria de comunicação da C Vale não soube informar se a empresa arcaria com os custos do translado, por modal aéreo.
De acordo com a assessoria, há uma questão de legalidade que está sendo analisada. Para que um corpo seja liberado é necessário o reconhecimento de um parente em primeiro grau. Apenas dois dos haitianos que morreram têm este grau de parentesco em Palotina, segundo a assessoria. O departamento informou também que os funcionários têm plano de assistência funeral.
Um velório coletivo está sendo preparado no ginásio de esportes Romeu Hendges (Umesp), localizado no centro da cidade. O corpo de Saulo da Rocha Batista, 54 anos, único brasileiro na lista de mortos, já foi liberado para a família.

Os demais mortos são os haitianos Reginald Gefrard, 31 anos; Eugênio Metellus, 53; Wicken Celestin, 45; Donald ST Cry, 25; Jean Ronald, 28; Jean Michee Joseph, 29; e Michellet Louis, 42 anos.
Ainda há uma pessoa desaparecida nos escombros da tragédia.
Dos 11 feridos encaminhados para hospitais, um já recebeu alta, conforme o Corpo de Bombeiros. Outros dez seguem internados. Entre eles está um jovem de 25 anos, que teve queimaduras de segundo grau em 25% do corpo; um homem de 42 anos, avaliado em estado grave (Hospital Policlínica), e um imigrante, que foi intubado.
Uma mulher, a única no grupo de feridos, está no hospital Mackenzie, em Curitiba. A situação dela não foi informada.
O Haiti é um dos países mais pobres do mundo. A situação no território se agravou após o terremoto de 2010, que matou cerca de 230 mil pessoas. Boa parte dos que sobreviveram imigraram para outros países, em busca de trabalho e prosperidade. O Brasil segue como um dos destinos de preferência dos haitianos, conhecidos por não recusarem jornadas de trabalho em serviços pesados.