
Moradora de Umuarama faz deliciosos produtos à base de mandioca, como nhoque e bolo
Casal se mudou para um sítio e encontrou na diversificação a oportunidade para manter a família


Em tempos de crise a criatividade e o trabalho árduo são essenciais. E é assim que Ana Carolina Guandalin Takata Cunha, 32 anos, e Clóvis Takata Cunha estão conseguindo manter a família. Após retornarem para Umuarama, em meio à pandemia, viram que os planos profissionais não seriam realizados – pelo menos não imediatamente. Por isso optaram por morar em uma pequena propriedade rural da família.
E na chácara, localizado na Estrada Jurupoca, começaram a diversificar os produtos e a vender diretamente para o consumidor final, na cidade. O pai de Ana Carolina já tinha trabalhado com horta por cerca de 20 anos. Por isso eles resolveram tentar a sorte. Começaram com milho verde, quiabo, jiló e alguns legumes. “A gente colhia o milho e seguia para vender nas imediações da casa da minha sogra, perto do Colégio Bento [Mossurunga]. Vendia tudo por lá, em dúzias, em meio dia de serviço”, lembra.
Depois o casal decidiu cultivar mandioca e Ana Carolina resolveu beneficiar o produto – fazendo nhoque e bolo – além de vender a mandioca descascada, picada e congelada. Ela conta que o bolo não tem farinha, é de pura mandioca ralada, manteiga caseira, coco e leite de coco. Já o nhoque leva apenas 3% de farinha de trigo e tem nas opções tradicional e recheado com queijo (confira abaixo informações de preço e contato para pedidos).
“Depois de um tempo iniciamos o delivery. Usamos o Marketplace do Facebook e contatos através de Whatsapp e Telegram. A gente monta uma lista com os pedidos e sai fazer as entregas. Dependendo da quantidade levamos de moto ou caminhonete”, explica Ana. A produtora rural conta que o produto preferido dos clientes é o nhoque. “Por dia o máximo que consigo fazer é 12 quilos. E vende tudo o que produz rapidinho”.

EMPREENDER
Na horta o plantio é bem variado. O espaço não é grande, pois apenas o casal trabalha para cuidar de toda a propriedade. No dia em que a equipe de OBemdito esteve na chácara, tinha couve manteiga, alface, brócolis, couve flor, jiló, batata-doce. A intenção do casal é ampliar o espaço da horta futuramente. Na parte de frutas há lichia e abacate, o que depende da época do ano.
Eles publicam nas redes sociais quais produtos estão disponíveis na semana e aguardam os pedidos.
Ana Carolina informa que atualmente as pessoas preferem receber os alimentos na comodidade de suas casas. “Temos muito clientes fixos, que compram nossos produtos toda a semana. De setembro a março vendemos muito milho e quiabo, mas agora o líder de vendas é o nhoque”, diz.
O casal participa do curso de Empreendedorismo Rural no Senar, que para eles é muito importante para apreender a diversificar, colocar preço, calcular os custos de produção, entre outros aspectos.
Para Ana Carolina morar no sítio é uma vantagem. “É mais vantajoso estar no sítio cuidando da terra, que é um bem nosso e trabalhando com as nossas coisas, com as crianças junto, meu pai perto, do que estar na cidade e levar a vida corrida que nosso cliente leva. Além disso, na cidade a gente seria empregado de alguém, com renda limitada. Aqui, se a gente quer trabalhar sábado, no feriado, a gente trabalha. Outro dia que deu muito frio, ficamos dentro de casa”, diz.
A moradora em Umuarama diz que além de agricultora, também precisa ser comerciante e desempenhar outras várias profissões. “Somos muito curiosos, buscamos muita coisa na internet, fazemos cursos. No final das contas somos encanadores, tratoristas, psicólogos, motoristas, vendedores. É essencial ter o tino de comerciante para conseguir vender o produto diretamente e não ter ninguém ganhando em cima. Tem que eliminar o atravessador. E acho que a gente tá se virando bem pra quem não sabia nada”, afirmou.

DIVERSIFICAÇÃO
Os produtores rurais já adquiriram algumas bezerras. A pretensão é ter leite e produzir manteiga para usar nas receitas de Ana Carolina. O casal também quer ampliar as áreas de plantio de milho e de mandioca.
Na propriedade está sendo implantado um barracão com galinhas caipiras, criadas sem gaiolas. Serão comercializados os ovos, em sistema em que as aves ficam parte em local aberto e parte no barracão fechado.
A chácara está com dois pequenos tanques de tilápias. Ana Carolina diz que o projeto a médio ou longo prazo é uma criação de cabras – para vender o leite e fazer queijo.

PEDIDOS
Ana Carolina e Clóvis aceitam pedidos de nhoque, bolo ou dos produtos da horta – que variam conforme a época do ano.
O nhoque é vendido congelado, em bandejas de 500 gramas ou 1 quilo. O tradicional é comercializado por R$ 9,00 (500 gramas) ou R$ 16,00 (1 quilo). O recheado custa R$ 20,00 (500 gramas) e R$ 38,00 (1 quilo).
O preparo do produto é muito prático. Ana Carolina recomenda fazer um molho e, com ele ainda quente, mergulhar o nhoque e levar assar. Em cerca de 15 a 20 minutos está pronto para ser degustado.
O bolo de mandioca custa R$ 20,00 a porção de 800 gramas.
O telefone para contato é (44) 99878-9257. Para conferir o Facebook clique aqui.