
Em alta, compra e revenda de carro antigo tornam-se negócio lucrativo
Executivo umuaramense entrou no segmento, se especializou e comemora bons resultados


Eles podem custar bem mais que um carro novo, moderno, mas tem quem paga. Estes são os nostálgicos apaixonados por carros antigos, que quando podem bancar por um [porque são caros!] não hesitam: compram com a maior alegria.
Umuarama tem muitos admirados dos velhinhos fabricados de 1980 pra trás! Tem até clubes que os reúnem. Um deles, o Automóvel Clube de Umuarama, criado em 2006, promove todos os anos exposição na cidade, com o objetivo de mostrar as relíquias e, de praxe, fazer o visitante babar por elas.
Mas não é só: a cadência desse fascínio acaba gerando negócios. Quem percebeu a oportunidade e está contente por ter aproveitado é o executivo da Zaeli, Adriano Zago, 40 anos. O umuaramense se especializou em importação e revenda e hoje tem clientes em diferentes estados do Brasil.
Para girar o negócio, ele trabalha com parcerias, que incluem investidores, ‘olheiros’ nos Estados Unidos [lá tem contato com mais de dez vendedores que garimpam os mais valorizados] e mecânicos especializados em restauração no Paraná [em Curitiba, Cascavel, Maringá, entre outras cidades].

A internet facilita. A maioria das transações consegue fazer a distância, mas às vezes, quando é preciso, vai para o país do Tio Sam. “Em alguns casos, o cliente quer apenas o serviço de importação, e, em outros, quer auxílio no restauro”, explica.
Restauração minuciosa e venda sob medida
Quem não quer se preocupar com nada disso e prefere o carro pronto, aí Zago coordena o trabalho de restauração. “Procuro os bons profissionais nas diferentes áreas da funilaria, pintura, mecânica, tapeçaria, porque este trabalho precisa ser eficiente, meticuloso, cuidadoso”, explica o neto do fundador da Zaeli.
Só quando o carro está prontinho, todo restaurado, e funcionando perfeitamente, ele dá o próximo passo: a venda. “Tenho uma rede grande de contatos/parceiros de negócios. Já vendi carros em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, bem como em Santa Catarina, Minas Gerais e até na Bahia”, orgulha-se.

O segredo para prosperar nesse ramo, segundo ele, é dominar os trâmites da importação. “Porque não se ganha dinheiro quando o carro é vendido, e sim na compra”, atenta.
“Eu levei um tempão para alcançar um bom nível nessa fase do negócio”, conta, mostrando na sua garagem um Dodge Charger modelo 1966, reluzindo na cor preta. “Este foi 100% restaurado; ficou perfeito!”.
Exemplares raros e histórias preservadas
Para a equipe d’Obemdito, Zago mostrou mais dois exemplares, muito cobiçados por colecionadores: um Cadilac 1956 e um Lincoln Continental 1964, que não estão à venda, importante destacar. E, outro, colocado recentemente à venda: o potente Mustang Fastback GT 1965.

Quanto custam? “Os preços são calculados não só pelo que o carro vale em si, mas também pelo que representam; têm muitos fatores subjetivos nessa conta”, argumenta Zago, que entrou nesse universo para comprar o seu, para uso próprio, mas acabou vendo chance de obter renda extra e permanece no segmento há quase oito anos.
E o que prevalece na decoração do seu escritório, montado na sua residência? Miniaturas de carros antigos. Ele tem vários para poder admirar quando bem quer.
“Eu me encontrei nessa ‘vibe’ e me realizo ajudando os compradores a realizarem seus sonhos, além de colaborar para preservar histórias, afinal, cada carro tem muitas para contar”.









Leia também: Escola de Equitação da Sociedade Rural reúne alunos de Umuarama e cidades vizinhas