
Dificuldades financeiras da Prefeitura podem comprometer obras importantes em Umuarama
Equipe de Pozzobom calcula em R$ 42 milhões o aumento na folha do funcionalismo nos últimos meses


A desistência em realizar o desfile cívico-militar no Dia da Independência, por contenção de despesas, é apenas uma das consequências da situação financeira em que se encontra a Prefeitura de Umuarama. Informações apuradas por OBemdito dão conta de que, por causa de gastos considerados excessivos nos últimos quase dois anos, sob a gestão Hermes Pimentel, o equilíbrio das contas municipais ficou bastante comprometido.
Projetos estruturais importantes podem sofrer impacto. Existe, inclusive, o risco de serem cancelados. Um dos exemplos é a implantação da avenida Pedromiro José Fernandes, no trecho municipalizado da rodovia PR-580, entre a avenida Rio Grande do Norte e o trevo de acesso ao Parque Jabuticabeiras, e também o pontilhão sobre a avenida Ivo Sooma, que liga as marginais e facilita o acesso ao Conjunto Habitacional Sonho Meu. O conjunto de projetos está orçado em cerca de R$ 18 milhões.
São obras que exigem grandes investimentos, para as quais o município tem de recorrer a recursos externos. Na situação atual, seria difícil aprovar financiamentos e honrar compromissos com contrapartida (recursos próprios) e mesmo o pagamento das prestações desses créditos. A equipe do prefeito Celso Pozzobom ainda não divulgou o tamanho do rombo que encontrou. ‘’Estamos sem caixa e com a capacidade de endividamento bem restrita”, é a informação que mais se ouve no núcleo duro do governo.
A prefeitura teve de cortar muitas despesas, suspender projetos e reforçar os critérios para o uso do dinheiro público. Manter em dia o pagamento dos compromissos já empenhados e a folha salarial do funcionalismo está exigindo um grande esforço de todas as secretarias na contenção de gastos, visto que só a folha de pagamento teve aumento anual de 42 milhões nos meses anteriores.
O momento complicado coincide com o período histórico de queda na arrecadação do município. No segundo semestre do ano as prefeituras sempre recebem menos repasses oficiais do que no início do ano. O procedimento normal é ‘segurar’ os gastos no primeiro semestre para ter um pouco mais de segurança no período seguinte, mas pelo visto não houve esse cuidado. Agora temos que apertar o máximo para chegar ao fim do ano com as contas em dia.
Internamente, aos membros de sua equipe, o prefeito Celso Pozzobom tem dito que a economia proporcionada com a diminuição do quadro de comissionados e a redução de horas extras e de gratificações tem gerado bons resultados, permitindo um fluxo de caixa mínimo para a gestão dos serviços públicos essenciais à população, mas que não dá para garantir que as finanças entrem nos eixos em curto espaço de tempo.
Em rápida entrevista na semana passada, Pozzobom afirmou que a Prefeitura não vai parar. O que está sendo feito, segundo ele, é ajustar o ritmo de acordo com a disponibilidade de recursos. O atendimento está normal nas áreas de saúde, educação e assistência social.
“Reduzimos um pouco o andamento no setor de obras e estamos fazendo o possível para que os serviços públicos, rodoviários e o atendimento à população não sejam muito afetados”, avaliou o prefeito. “Contamos com a compreensão da população e confiamos que esse momento difícil vai ser superado o quanto antes”.
O espaço está aberto para a manifestação do vice-prefeito Hermes Pimentel.