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Instituto do Rim de Umuarama promove evento ‘Dia D da Diálise’ e aborda desafios dos pacientes

Atualmente o Brasil tem 155 mil pacientes renais crônicos e 2 mil aguardam na fila nas clínicas de diálise

Foto: ABCDT
Instituto do Rim de Umuarama promove evento ‘Dia D da Diálise’ e aborda desafios dos pacientes
Redação - OBemdito
Publicado em 30 de agosto de 2023 às 17h08 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 02h15

Nesta quinta-feira (31) o Instituto do Rim de Umuarama realizará a mobilização “Dia D da Diálise”. Essa mobilização de alcance global tem como propósito sensibilizar as autoridades e chamar a atenção para a população que necessita de diálise. Em Umuarama, a equipe do instituto estará nas ruas conversando com a população e comerciantes sobre a importância dos cuidados com a saúde renal.

Todos estarão uniformizados com camiseta da campanha, capturando fotos e as compartilhando nas redes sociais, além de afixar cartazes nos estabelecimentos comerciais, unidades de saúde e prédios públicos.

A mobilização é liderada pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) e visa aumentar a conscientização sobre essas questões críticas e incentivar a busca por soluções sustentáveis para garantir um tratamento essencial para milhares de brasileiros.

Ao longo dos anos a crise agravou-se devido à falta de atualização na tabela Sistema Unico de Sáude (SUS) levando ao fechamento de diversas clínicas de diálise. Nos últimos seis anos 42 clínicas encerraram suas atividades sendo seis somente em 2023.

Administradores destacam que os repasses do Governo Federal tornaram-se insuficientes diante dos crescentes custos, o que levou muitas clínicas a interromper investimentos e em alguns casos à beira da falência.

“A falta de recursos levou várias clínicas a interromperem investimentos e, na situação atual, existe o risco real de desassistência no setor”, observa Yussif Ali Mere Júnior, nefrologista e presidente da ABCDT.

Nesse contexto, a ABCDT conseguiu um reajuste de 10,3% do Ministério da Saúde na tabela SUS, que define os pagamentos às clínicas. Contudo, esse aumento ainda não supre os custos necessários para a prestação adequada do serviço.

A complexidade dos desafios da diálise no Brasil é multidimensional. Além da insuficiência de recursos, há dificuldades no acesso ao diagnóstico e tratamento oportunos, falta de acompanhamento pré-dialítico adequado e limitações no acesso à cirurgia vascular.

Também é destacada a lacuna assistencial em áreas remotas, bem como a dificuldade de oferecer tratamento pediátrico e acesso a transplantes renais. A modalidade de diálise peritoneal, utilizada por apenas 5% da população, enfrenta problemas de acesso, e a remuneração dos profissionais envolvidos é insuficiente.

A diálise pediátrica por sua vez carece de reajustes adequados, o que desestimula o crescimento da oferta. Desde sua implementação em 2014, o serviço de hemodiálise pediátrica ambulatorial no SUS enfrenta falta de reajustes, o que levou a uma redução no número de cidades que o oferecem.

Apenas 44 das 133 cidades originais mantêm o serviço, e o crescimento do número de pacientes foi acompanhado por um aumento de apenas 2,7% no reajuste deste ano.

A realidade dos pacientes renais crônicos no Brasil é desafiadora e alarmante. A doença renal crônica (DRC) é uma das principais causas de morte no país, e o diagnóstico tardio e a falta de tratamento adequado têm contribuído para um cenário preocupante.

“O Brasil não tem menor prevalência da doença, mas sim ausência de diagnósticos, e muitos vão a óbito antes de descobrirem o problema renal, que muitas vezes é silencioso”, enfatiza Yussif Ali Mere Júnior.

(Com informações assessoria ABCDT)

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