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Paraná é líder nacional em doação de órgãos; 19 transplantes cardíacos ocorreram em 2023

A doação de órgãos é realizada somente com a autorização da família. Portanto, é fundamental que a pessoa comunique aos familiares sua intenção de se tornar doadora

Foto: Albari Rosa/AEN
Paraná é líder nacional em doação de órgãos; 19 transplantes cardíacos ocorreram em 2023
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Publicado em 31 de agosto de 2023 às 17h59 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 02h10

O estado do Paraná liderou as doações efetivas de órgãos para transplantes no ano de 2023, de acordo com o relatório semestral divulgado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

No período de janeiro a junho, foram registrados 243 doadores, consolidando o Paraná como o estado com o maior número de doações em todo o país. Essa posição de destaque foi alcançada com uma taxa de 42,5 doadores por milhão de população (pmp).

Logo atrás do Paraná outros estados também obtiveram bons desempenhos no ranking das doações de órgãos. Santa Catarina ficou em segundo lugar com uma taxa de 41,5 pmp, seguida por Rondônia, que registrou 30,4 pmp, e o Ceará, com uma marca de 27,5 pmp. Em contraste a média nacional de doações ficou em 19 pmp.

O relatório da ABTO revela que no primeiro semestre do ano um total de 4.242 transplantes de órgãos, incluindo coração, fígado, intestino, multivisceral, pâncreas, pulmão e rim, foram realizados em todo o Brasil. Além disso 7.845 transplantes de tecidos, predominantemente córneas foram conduzidos no mesmo período. É importante notar que um único doador pode contribuir com vários órgãos, ampliando assim as oportunidades de salvar vidas.

Dentre os órgãos transplantados, os rins e o fígado se destacaram como os mais frequentemente transplantados com 2.847 e 1.103 transplantes respectivamente. O coração com 208 transplantes, o pâncreas com 56, e o pulmão com 32, também contribuíram para os números expressivos.

TAXA ELEVADA

O Paraná também ocupou posições destacadas em diferentes categorias de transplantes. No tocante a transplantes de rim o estado registrou 243 procedimentos ficando na 4ª colocação em números absolutos. A taxa de doadores por milhão nesse aspecto foi de 42,5 pmp, situando o Paraná em terceiro lugar nacionalmente atrás apenas do Distrito Federal (49 pmp) e do Rio Grande do Sul (49,1 pmp).

No que se refere a transplantes de fígado o Paraná registrou 147 procedimentos, alcançando a 2ª colocação em números gerais. A média de doadores por milhão foi de 25,7 pmp, ficando atrás somente do Distrito Federal, que atingiu a marca de 44,7 pmp.

No cenário de transplantes de coração, o Paraná realizou 19 procedimentos, ocupando a 5ª posição em números absolutos. Isso se mostrou um indicador sólido com uma taxa de 3,3 doadores por milhão, a quarta melhor do país.

Quanto aos transplantes de córnea, o Paraná alcançou uma taxa de 113,4 pmp, ficando atrás apenas de São Paulo (134,1 pmp), Ceará (121,7 pmp) e Distrito Federal (114,3 pmp). No total 649 córneas foram transplantadas no estado sendo o segundo maior número depois de São Paulo que registrou 2.979 procedimentos.

SISTEMA ESTADUAL

Segundo dados do Sistema Estadual de Transplantes (SET-PR), aproximadamente 3.503 pessoas estão na lista de espera por um transplante no Paraná. O maior número de pacientes aguarda por um transplante de rim, totalizando 1.937 indivíduos. Logo em seguida há 1.278 pacientes na fila por um transplante de córnea, enquanto 244 pacientes esperam por transplantes de fígado. Também há pacientes na espera por transplantes de coração (29), rim/pâncreas (24) e pulmão (20).

“Os números nos enchem de orgulho, pois a liderança em doações de órgãos demonstra a generosidade dos paranaenses em tomar essa decisão em um momento tão delicado. Nosso trabalho sério, eficiente e colaborativo nos coloca nessa posição, e estamos empenhados em mantê-lo no estado”, declarou Beto Preto, secretário estadual de Saúde.

Para coordenar a área administrativa e o plantão de transplantes, o estado conta com uma Central Estadual de Transplantes, localizada em Curitiba, além de quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPO) em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel. Essas unidades têm a função de orientar e capacitar as equipes das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, presentes em 67 hospitais do Paraná.

No total, cerca de 700 profissionais estão envolvidos nesse processo incluindo 23 equipes de transplante de órgãos, 25 centros transplantadores de córneas, 4 bancos de córneas em operação (localizados em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel), além de laboratórios clínicos e de histocompatibilidade.

Órgãos como coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e tecidos como córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas e tendões podem ser doados. Um único doador pode salvar até oito vidas. A doação é uma possibilidade aberta a todas as pessoas. Doações de rins ou parte do fígado podem ser feitas em vida, especialmente para parentes próximos. Quando a doação envolve pessoas que não são parentes, é necessária uma autorização judicial.

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