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Produtores de leite de Umuarama e região enfrentam desafios de lucratividade

Produtores de leite em Umuarama, Noroeste do Paraná, estão começando a se mobilizar em busca de soluções para os crescentes […]

Foto: Reprodução/ Alessandro Dutra do Nascimento
Produtores de leite de Umuarama e região enfrentam desafios de lucratividade
Rodrigo Mello - OBemdito
Publicado em 5 de setembro de 2023 às 12h56 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 01h53

Produtores de leite em Umuarama, Noroeste do Paraná, estão começando a se mobilizar em busca de soluções para os crescentes prejuízos que ameaçam a viabilidade de sua atividade. São 180 produtores, sendo 60% deles da agricultura familiar, que fazem parte da complexa cadeia do leite, que se torna um desafio cada vez maior.

A escalada dos custos de produção, notadamente o aumento dos preços dos insumos, como ração animal, é um dos principais desafios. Embora o preço do milho tenha diminuído, os custos de ração permanecem elevados, prejudicando a rentabilidade dos produtores.

O preço pago aos produtores de leite não tem acompanhado esse aumento nos custos de produção. Em muitos casos, o valor recebido está abaixo do que é gasto, colocando em risco a viabilidade econômica da atividade.

Segundo Antônio Carlos Fávaro, técnico do Departamento de Economia Rural da Seab (Secretaria da Agricultura e do Abastecimento), a cadeia do leite é bem complexa porque tem uma função social. “Os produtores pequenos sobrevivem daquilo que produzem. Quando ele fica sem margem de lucro e vai reclamar porque não tem lucro. Na outra ponta tem a questão do consumo das famílias que não pode pesar muito na cesta do consumidor”, afirma.

O preço do leite, embora ainda alto nas prateleiras dos supermercados, está em queda para o consumidor, o que, paradoxalmente, prejudica o produtor. Isso se deve ao aumento dos custos de insumos, como a ração animal, que não acompanham a diminuição dos preços de venda.

“Precisava de um incentivo maior da indústria e principalmente a valorização do produtor na microrregião. Tinha que ter um preço mínimo estabelecido para garantir a renda de quem produz”, afirma Marcos Antônio De Paulino, produtor em Iporã, que produz 7.500 litros/mês.

Foto: Arquivo Pessoal/Marcos Antônio De Paulino

Manoel Constantino Golveia, presidente da Coopeler (Cooperativa dos Produtores de Leite do Território Entre Rios), que atende 250 produtores, sendo 78% da agricultura familiar, da região ressalta que as indústrias, principalmente as pequenas, estão em dificuldades. “Os atacadistas têm uma influência grande no mercado que influencia nos preços para o consumidor”, diz.

Mobilização

Devido a estas situações, os produtores começam a se mobilizar para pedir uma solução por parte do Governo, incluindo a possibilidade de estabelecer um preço mínimo para o produto. No entanto, para alguns especialistas, a questão não se resume apenas a fixar um preço mínimo. É necessário abordar o equilíbrio entre os preços e custos ao longo de toda a cadeia de produção, considerando a matéria-prima, os custos de produção e o preço final para o consumidor.

“Teria que trabalhar mais a questão do custo de produção. Porque uma matéria-prima caiu tanto e para o consumidor não cai. Tem que ter explicação uma forma de contornar, onde está essa questão de trabalhar preço e custo. Acho que tem que ser equalizado entre as cadeias produtivas, quando o governo intervém é um problema”, argumenta Carlos Favaro.

As dificuldades não afetam apenas os produtores, mas também as indústrias de laticínios, especialmente as pequenas. Os atacadistas exercem uma influência significativa nos preços finais para os consumidores, tornando a situação ainda mais complexa, o que destaca a importância de buscar soluções que beneficiem todos os envolvidos nesse setor econômico.

Foto: Manoel Constantino Golveia/Coopeler

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