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Feminicida teve ajuda de familiares e amigo para tentar escapar da polícia

Ele foi preso no Jardim Modelo, em Umuarama. Antes, havia ido até Icaraíma e também ao distrito de Serra dos Dourados, onde o carro foi localizado

Foto: Rodrigo Mello/OBemdito
Feminicida teve ajuda de familiares e amigo para tentar escapar da polícia
Redação - OBemdito
Publicado em 28 de setembro de 2023 às 11h27 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 00h23

O homem de 40 anos que foi preso em flagrante na tarde desta quarta-feira (27) pelo assassinato da professora Viviane Brun, de 43 anos, contou com a ajuda de familiares e um amigo que o teriam auxiliado a esconder o revólver .38 utilizado no crime e o escondido em uma residência do Jardim Modelo, em Umuarama. As informações foram prestadas nesta quinta-feira (28), pela delegada Fernanda Bertoco, responsável pela Delegacia da Mulher.

De acordo com Bertoco, após o feminicídio contra a professora e tentativa de feminicídio contra a filha da vítima, de 21 anos – que foi baleada no maxilar – o homem fugiu do local com o VW Golf da docente, que foi localizado pelas equipes no mesmo dia na região de Serra dos Dourados. A jovem que sobreviveu ao atentado relatou que o suspeito chegou já abrindo fogo na residência, sem qualquer tipo de aviso.

“O que ela (enteada) passou para a Polícia Civil foi que o autor foi até a residência, não verbalizou, não ameaçou, já chegou realizando os disparos”, esclareceu a delegada. “Ela tentou interferir na ação a fim de evitar que a mãe fosse atingida e ela veio a ser atingida na região do queixo, no maxilar, e sobreviveu por um milagre”.

Na sequência ele disparou contra a professora Viviane, que veio a óbito. “Um crime de extrema gravidade, que foi praticado na presença de uma criança de 6 anos de idade”, continuou a delegada, se referindo ao filho da professora, uma criança autista que testemunhou a mãe sendo morta e ficou em estado de choque após o ocorrido.

O homem foi encontrado no Jardim Modelo na residência de um amigo, que responderá por favorecimento pessoal por ter dado cobertura e embaraçado as investigações e captura o feminicida.

Durante a investigação foi apurado pela Polícia Civil que o suspeito foi até Icaraíma, onde seus avós residem, e também ao distrito de Serra dos Dourados, onde o carro foi localizado. “Houve uma movimentação e nós fomos atrás”, afirmou Bertoco. “Posteriormente ele voltou para Umuarama e ficou na residência desse amigo a fim de não ser encontrado. Ele gostaria de que houvesse um decurso de uns 2 dias para que ele não fosse preso em flagrante, mas nós conseguimos localizá-lo.”

No decorrer das diligências, o cunhado do suspeito procurou a Polícia Civil e informou que a arma de fogo utilizada no crime estava em sua residência, situada no Conjunto Guarani. Ele disse que o suspeito pediu a ele e a sua esposa para ocultar o artefato bélico. A arma de fogo foi apreendida no quintal da casa, junto com 3 munições intactas.

Fotos: Delegacia da Mulher de Umuarama

Dinâmica do crime e motivação

Em depoimento à PCPR, o homem afirmou que não tinha a intenção de atirar na enteada, que interferiu na dinâmica tentando proteger a mãe, porém o relato vai na contramão da informação apurada durante a investigação, que verificou que ele possuía acesso às câmeras de monitoramento da residência, portanto, sabia o que iria encontrar no local.

“Ele vinha monitorando a família, então ele sabia a dinâmica que ele iria encontrar na residência”. Após o crime o atirador fugiu do local com o carro de Viviane, pois o seu próprio – que estava na residência – não estava funcionando.

A filha da vítima explicou aos policiais que o casal estava separado há cerca de uma semana. Já o suspeito afirma que saiu da casa há dois dias e desde então fazia o uso de entorpecentes, estando inclusive sob uso deles durante o ocorrido.

“Ele confessou que o fato foi motivado por ciúmes. Que ele não aceitava o término do relacionamento e que ela queria terminar o relacionamento e seguir com a própria vida e ele não aceitava essa decisão dela”, acrescentou Fernanda Bertoco.

A enteada também afirmou que ele é uma pessoa extremamente ciumenta, mesmo que nunca tivesse demonstrado qualquer situação envolvendo agressão física. Ele havia feito ameaças recentemente que motivaram a família a colocar um sofá para trancar a porta, como forma de proteção.

Foto: Danilo Martins/OBemdito

Crimes cometidos

De acordo com Bertoco, o suspeito responderá por feminicídio consumado contra a professora, e tentado, contra a enteada. Ele também deve responder por porte ilegal de arma de fogo.

“A Polícia Civil representou pela prisão em flagrante dele e nós da PCPR desejamos que ele permaneça preso até a eventual condenação criminal”, adicionou. “Para resguardar a integridade da enteada, uma pessoa nova, de 21 anos de idade, que perdeu a mãe, o objetivo é que ele fique preso”.

A irmã e o cunhado do suspeito também devem responder criminalmente pela ocultação da arma de fogo, e o amigo que prestou auxílio em sua residência também responderá criminalmente pelo favorecimento pessoal por embaraçar as investigações.

Foto: Danilo Martins/OBemdito

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