
Enfermagem: profissionais voltam a protestar por conta do atraso no repasse de recursos para os hospitais
O recurso foi repassado pelo governo federal ao Fundo Municipal de Saúde e deveria ter sido transferido aos hospitais


Profissionais da enfermagem voltaram a protestar em frente à prefeitura de Umuarama nesta segunda-feira (16), devido ao atraso no pagamento do complemento salarial. A categoria já havia se mobilizado no último dia 11 de outubro durante uma reunião entre representantes do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Umuarama e Região (Seessu) e o governo municipal. Naquela ocasião, foi prometido que o pagamento estaria disponível até o dia 17. No entanto, em comunicado à imprensa, a prefeitura posteriormente alterou a data para até a próxima quinta-feira (19).
“Nossa manifestação é espontânea. O Sindicato tem nos apoiado muito, mas a reivindicação partiu da própria enfermagem, que está cansada de promessas não cumpridas. Segundo o secretário [Edson dos Santos Souza], as notas fiscais já estão com eles, mas não chegaram à pasta porque os hospitais não tinham conhecimento delas. Após a primeira manifestação que realizamos aqui, eles informaram os hospitais sobre a necessidade de emitir as notas. Foi a partir disso que as notas foram entregues à secretaria”, destacou um dos manifestantes, Jhony Oliveira, que é técnico em enfermagem.
Oliveira afirmou ainda que durante o tempo em que estavam na frente do paço municipal, nenhum dos secretários da Prefeitura teria ido conversar com os manifestantes.”Não veio ninguém, nenhum responsável legal até agora falar com a enfermagem”, disse.
No total, 1.200 profissionais da enfermagem, incluindo enfermeiros, técnicos de enfermagem e parteiras de hospitais como Cemil, Norospar, Insa e Uopeccan, aguardam o pagamento do complemento até o final de setembro. O recurso, no valor de R$ 2.338.289,00, foi repassado pelo governo federal ao Fundo Municipal de Saúde em 23 de agosto, por meio do Fundo Nacional de Saúde, e deveria ter sido transferido aos hospitais em até 30 dias, o que não ocorreu.
A prefeitura justifica o atraso alegando a necessidade de um aditivo no contrato e a demora na formalização das assinaturas por algumas entidades. Além disso, o trâmite entre as secretarias municipais responsáveis pelo processo também enfrentou demora.

Devido ao atraso no repasse do dinheiro, um pedido de investigação foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), com a abertura de uma Notícia de Fato para apurar a situação. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, a prefeitura reafirmou sua posição de pagamento até o dia 19, se possível, um pouco antes.
