Rodrigo Mello Publisher do OBemdito

Quatro anos após suspensão, Umuarama permanece sem estacionamento rotativo

A falta de rotatividade pode prejudicar as vendas de fim de ano, o que preocupa a Associação Comercial

Foto: Danilo Martins/OBemdito
Quatro anos após suspensão, Umuarama permanece sem estacionamento rotativo
Rodrigo Mello - OBemdito
Publicado em 19 de outubro de 2023 às 10h21 - Modificado em 20 de maio de 2025 às 23h04

Faltando pouco mais de dois meses para o Natal, data de maior movimento no comércio, ainda não há expectativa de quando o município de Umuarama terá um sistema de estacionamento rotativo em funcionamento. Desde que o contrato com a empresa que gerenciava o Zona Azul foi suspenso em abril de 2019, o poder público ainda não conseguiu encontrar um modelo que atenda às necessidades locais.

No início deste ano, a Secretaria Municipal de Segurança, Trânsito e Mobilidade Urbana (Sestram) anunciou que adotaria um sistema de gerenciamento de vagas por meio de uma plataforma digital, e que todo o processo seria feito através de um aplicativo no smartphone do usuário. Na época, a prefeitura realizou testes com um veículo equipado com câmeras de segurança para fiscalizar o uso das vagas.

No entanto, a atual gestão ainda não tem uma data definida de quando o sistema estará operando. Conforme o secretário da Sestram, Valdecir Gonçalves Capelli, o município contratará uma empresa de consultoria técnica na área de gestão de estacionamentos para ter um direcionamento sobre o melhor formato, somente depois elaborará o edital de licitação para a contratação da empresa.

“São poucas cidades no Paraná que aplicam esse modelo, mas o único problema é que não possuem uma base sólida para seguir. Nós vamos implementar um sistema 100% informatizado. O sistema será via aplicativo, havendo apenas algumas questões técnicas que precisam ser avaliadas”, afirmou.

Apesar disso, é altamente improvável que a atual administração consiga colocar o estacionamento em funcionamento até o final de 2024. A prefeitura já está com a licitação para contratação da empresa de consultoria em andamento, no entanto, ainda precisa passar pelos trâmites para a abertura do pregão. Após isso, haverá o tempo necessário para a realização do estudo e para a elaboração do novo edital, e só então a abertura do edital para a escolha da empresa que fornecerá os equipamentos para o município, que fará a gestão do sistema.

“Nesta gestão, não conseguiremos colocar o estacionamento em funcionamento. Eu me sentirei vitorioso se conseguir deixar todo o processo pronto para a próxima gestão, que ocorrerá após o término da administração do Celso Pozzobom”, afirmou.

Para o presidente da Aciu (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama), Miguel Fuentes Romero Neto, a falta do estacionamento rotativo pode prejudicar as vendas no comércio durante o final do ano. Uma das soluções para reduzir as perdas devido à falta de um sistema de estacionamento rotativo tem sido a criação de vagas de curta duração.

“Vejo que a falta de estacionamento poderá acarretar perdas nas vendas de fim de ano no comércio. Dias atrás estive na Sestram cobrando do atual secretário [Valdecir Gonçalves Capelli], a respeito da situação. Eles vão contratar uma empresa para fazer um estudo”, afirmou.

E seguiu: “Pedi para que eles aumentem as vagas de curta duração. O prefeito se comprometeu a ampliar o número em até 30%. Isso deve amenizar um pouco, mas mesmo assim é imprescindível que, em no máximo seis a 12 meses, tenhamos o estacionamento rotativo funcionando para proporcionar conforto aos consumidores”, destacou.

Atualmente, existem cerca de 950 vagas com tempo de uso limitado a 30 minutos. As vagas especiais têm vigência das 9h às 18h de segunda a sexta-feira e das 9h às 13h aos sábados. No entanto, isso não tem sido suficiente para evitar a falta de vagas no centro comercial da cidade.

Suspensão do Zona Azul

A suspensão do sistema de Estacionamento Rotativo Zona Azul ocorreu em 5 de abril de 2019. Na época, a prefeitura de Umuarama suspendeu unilateralmente o contrato com a empresa Caiuá Assessoria, Consultoria e Planejamento Ltda, que prestava o serviço.

O município baseou-se em uma decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que anulou parcialmente uma das cláusulas do contrato que previa a cobrança de multas pela empresa. Além disso, havia bastante insatisfação dos usuários pelo serviço que era prestado, assim como reclamações das multas que eram aplicadas.

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