
Tenente Martins renuncia ao cargo de vereador em Goioerê: ‘Não suporto mais a exaustão’
O público presente na sessão da Câmara de Goioerê foi surpreendido nesta segunda-feira (13) com o discurso emocionado do vereador […]


O público presente na sessão da Câmara de Goioerê foi surpreendido nesta segunda-feira (13) com o discurso emocionado do vereador Walter Fernandes Martins, o ‘Tenente Martins’, 66 anos, quando anunciou a renúncia à função legislativa no município. Ele responde a processo judicial sob a acusação de compra de votos na eleição de 2022.
“Hoje, dia 13 de novembro, completa 3 anos ou 1095 dias que recebi o mais duro golpe da minha vida. Numa tarde ensolarada de sexta-feira, faltando dois dias para as eleições, recebi a visita de policiais federais, Ministério Público e Justiça Eleitoral no meu escritório e residência. Nessa operação, levaram celulares e diversos documentos. Mesmo assim, me elegi como o segundo vereador mais votado”, disse.
“Lutamos dia e noite, sábados, domingos e feriados, enfrentamos com resiliência, sagacidade e dedicação integral nos tribunais em primeira, segunda e terceira instâncias. Embora a luta não tenha terminado, confesso que paguei e estou pagando caro por tal enfrentamento. Sem perceber, me dei conta de que a exaustão havia me pegado. Exaustão física e mental”, declarou.
“Ao longo desses 3 anos, perdi o apetite, perdi a sede, perdi o sono. Consequentemente, perdi 30 quilos, e o pior, passei a sofrer todos os dias dores fortes em todo corpo, principalmente nas pernas. E para fugir dessas dores, estou me dopando com remédios fortes, que estão me levando à morte. Me transformei em um zumbi, um verdadeiro morto-vivo”, afirmou.
Após o relato, Tenente Martins, anunciou o pedido de renúncia. “Num ato de coragem e não de covardia, estou renunciando ao meu mandato de vereador”, disse ele. Nesta quarta-feira (14), será assinado oficialmente o pedido de renúncia. “Quero viver meus últimos dias com dignidade ao lado da minha família”, finalizou.
Com a vacância do cargo, a direção da Câmara aguarda o posicionamento do TRE, que definirá quem assumirá o cargo, uma vez que além do Tenente Martins, os suplentes de sua chapa também foram condenados e estão inelegíveis por 8 anos.
