
Promotora de vendas deixa profissão e faz do caldo de cana seu próprio negócio
Quando surgiu a chance, Rosielaine diz ter encarado a empreitada com otimismo; hoje, só contabiliza sucesso


Frio ou calor, não tem tempo ruim pra ele. O caldo de cana-de-açúcar ou garapa é uma bebida apreciada em todo o Brasil. E, como negócio, supervalorizada. Difícil resistir! Com ou sem limão, bem geladinha, natural, essa sim desce ‘redondo’, proporcionando uma experiência sensorial indescritível. Impossível negar!
Umuarama tem vários explorando essa opção de trabalho. Entre eles está o casal Rosielaine da Silva, 46 anos, e Alexandre de Oliveira Hermes, 52 anos, moradores do Parque San Marino. Eles se instalam nas feiras de hortifruti de terça, quarta, sexta e domingo e lá recebem a legião de clientes que conquistaram em poucos anos, a maioria já fidelizada.
Rosie, como prefere ser chamada, viu a oportunidade de atuar nesse segmento logo que veio morar em Umuarama, em 2014; ela era de Maringá, onde trabalhava como promotora de vendas em um supermercado. Deixou o emprego, mas não a vontade de fazer algo cativante e rentável. A chance logo apareceu.
“Comprei do meu cunhado o moedor e tudo que o acompanha, como o frízer e a carretinha e fui me virando… Já tinha prática de atendimento, então não tive dificuldade”, conta a empresária, que diz estar muito satisfeita. “O faturamento superou nossa expectativa! Estou muito contente!”, assegura.

Sempre sorrindo, a precursora do negócio ambulante comenta que começou antes, mas a parceria do marido fazia parte do plano. Ele também largou a profissão – era caminhoneiro – para se dedicar exclusivamente à empresa que se chama ‘Stabile Caldo de Cana’.
O diferencial do produto deles? Cana de boa qualidade, que passa por rigoroso processo de higiene. “Lavamos com a Wap [lavadora de alta pressão], peça por peça… Dá muito trabalho!”, conta Rosie. E por que todo esse empenho? Pela assepsia, para garantir segurança sanitária para quem o ingere, sim, mas tem outro fator.
“Cana bem lavada dá um caldo mais claro, mais delicioso! Compensa o trabalho porque a gente tem retorno”, explica Rosie. Ela diz que o cliente percebe e elogia o cuidado que tomam em relação à higienização: “Assim, conseguimos fornecer ao cliente o melhor produto possível e ele vai se sentir seguro na hora de saborear”.

Por semana, o casal extrai caldo de aproximadamente mil canas [de um metro de comprimento]. Depois de lavadas, todas são guardadas no frízer até o momento de ir para o moedor.
O dia que mais trabalham é o domingo: “Começamos às 4 da madrugada e encerramos ao meio-dia”, informa Rosie, acrescentando que o negócio vai bem porque acredita no potencial empreendedor dela e do marido. “Estamos muito confiantes!”, comemora.

Bom pra saúde!
O caldo de cana oferece vários benefícios para a saúde, por ser rico em vitaminas, minerais e antioxidantes [flavonoides e polifenóis]. Fonte de carboidratos naturais, é um energético dos bons, segundo especialistas. Por recarregar rapidamente os fluidos corporais e os níveis de açúcar, ele fornece energia instantânea, revitalizando e dando ânimo.
Atletas são assíduos apreciadores do líquido doce, por promover a diminuição do estresse oxidativo provocado pelo exercício e aumentar as reservas energéticas dos músculos, ao mesmo tempo em que reidrata [pela alta concentração de água].
Outra característica apontada como positiva: o caldo de cana contém açúcar em sua forma bruta, ou seja, rico em nutrientes. Mas, como tudo que entra pela nossa boca, deve ser consumido com moderação. Do contrário, pode gerar desconforto gástrico. Não é indicado para diabéticos.





