Stephanie Gertler Publisher do OBemdito

Jovem de Alto Paraíso conquista primeiro lugar no vestibular de medicina da Unioeste

Ágata sempre se destacou ao longo de sua trajetória estudantil, a mãe contou que ela se dedicava além do que era proposto pela escola

Jovem de Alto Paraíso conquista primeiro lugar no vestibular de medicina da Unioeste
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 14h40 - Modificado em 20 de maio de 2025 às 16h39

Ágata Aparecida Tinti, estudante do Colégio Estadual Vila Alta, em Alto Paraíso, atingiu aos 17 anos a primeira posição no processo seletivo de medicina da Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), em Cascavel.

Além dessa conquista obteve também a aprovação em engenharia química na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e em medicina na Universidade Paranaense (Unipar) e na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ágata liderou as categorias Prova Paraná e vestibular normal, ambas sob as cotas para estudantes de escolas públicas.

Reconhecida por sua excelência acadêmica ao longo de vários anos, Ágata já conquistou cinco medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e uma medalha regional, além de seis medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e uma na Olimpíada Nacional de Ciências (ONC). Em 2023, alcançou a média de 790 pontos no Enem destacando-se com 940 pontos na redação.

Segundo Shyrleine Aparecida Pedrota Tinti, mãe de Ágata e professora de escola pública há 27 anos, a satisfação diante da dedicação contínua da filha aos estudos é imensa. Ágata, sempre aluna de escolas públicas, garantiu uma bolsa integral no cursinho do Alfa em parceria com o Núcleo Regional de Educação de Umuarama, destinada a estudantes provenientes dessas instituições após alcançar a maior nota entre todos os concorrentes.

O primeiro período do cursinho pré-vestibular tinha duração de seis meses, mas ela já começou a mostrar um desempenho bastante interessante e antes de terminar essa bolsa já haviam oferecido a ela a bolsa para o segundo semestre. Caso não conseguisse esse ano já haviam oferecido a bolsa 100% para o Alfa Med em 2024, acreditando que ela não precisaria usá-la, mas estaria disponível caso não passasse em algum dos vestibulares.

A mãe destaca que Ágata se espelhou no irmão mais velho, dedicado aos estudos e cursando medicina na Unicentro de Guarapuava. A rotina diária de estudos da jovem era de 8 a 11 horas por dia.

“Os professores sempre falavam que ela poderia estar uma série à frente. Quando ela estava no sétimo ano, entramos em um processo de reclassificação, demorado e feito com muitas análises no Núcleo Regional de Educação (NRE) e todos os professores concordaram que ela tinha condições de estar em uma série à frente. Do 7º ela passou para o 8º ano e assim ganhou um ano de trajetória escolar por conta desse processo.”

Shyrleine também destaca que todos têm suas facilidades e dificuldades, mas Ágata sempre foi disciplinada, fazendo o necessário e treinando desde pequena. A mãe enfatiza a importância de entender o significado real de estudar e aprender, indo além de tirar notas.

Ágata recebeu junto com sua mãe a notícia de sua classificação em uma ligação por vídeo chamada do Secretário de Educação do Paraná, Roni Miranda Vieira, e do Reitor da Unioeste, Alexandre Webber. Eles perguntaram se ela havia feito a Prova Paraná, e ao confirmar, anunciaram que ela passou em medicina na universidade, em primeiro lugar, devido à sua maior nota na Prova Paraná.

“Ela recebeu ligações de números desconhecidos e resolveu atender. Quando ela viu era o pessoal da prova Paraná, pediram para me chamar e não deu tempo para ela me explicar, quando vi todas aquelas pessoas, eles começaram a se identificar e nossa ficha caiu. Jamais imaginávamos receber essa ligação”, conta a mãe.

“Estamos muito contentes com este momento e gostaríamos muito de tê-la como aluna da nossa universidade”, disse o reitor.

“Parabéns pela filha. Parabéns Ágata pelo esforço, empenho e dedicação, sempre dedicada. E você está colhendo os frutos. A gente fica muito orgulhoso de você fazer parte desse processo, por você ter acreditado na Prova Paraná […] É estudante de escola pública em universidade pública, que é o maior desejo de um gestor público, fazer a educação transformar”, finaliza Roni.

A mãe revelo ainda que sabiam que Ágata tinha grandes chances de passar, mas não tinham noção de como seria feita a junção da nota da Prova Paraná com a nota da redação, que valia 60 pontos, e ela havia feito 54.

“Quando ela analisou os resultados, percebeu que estava bem colocada, mas para o curso dela eram apenas duas vagas, e a concorrência foi de 148,5 por vaga, então praticamente 300 alunos estavam concorrendo a essas vagas. Tínhamos a expectativa que havia chance, mas daí para primeira colocada, ela não tinha imaginado que seria”, finalizou.

A vaga conquistada por Ágata na Unioeste foi resultado da participação no programa Prova Paraná, que envolveu escolas de todo o estado. Em 2023, o Governo do Estado do Paraná, por intermédio da Secretaria de Estado da Educação, estabeleceu uma parceria com a Unioeste, permitindo o uso da Prova Paraná como método de ingresso na universidade.

No contexto do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), 20% das vagas destinadas a escolas públicas serão direcionadas à entrada por meio da Prova Paraná. Essas vagas são exclusivas, limitando a concorrência aos candidatos que optarem por essa modalidade. Somente puderam concorrer nessa categoria os estudantes matriculados na 3ª série do Ensino Médio Regular e na 4ª série do Ensino Médio Integrado da Rede Pública do Estado, que participaram das três edições da Prova Paraná realizadas em 2023.

Participe do nosso grupo no WhatsApp e receba as notícias do OBemdito em primeira mão.

Mais lidas