
Casa da Paz inicia campanhas para obras de ampliação da sede
Criada há 22 anos e com 117 crianças matriculadas, entidade tem por missão oferecer apoio socioeducativo e cultural no contraturno escolar


A linha do tempo da Casa da Paz, entidade sem fins lucrativos em atividade desde 2001, é marcada por muita resiliência, ousadia e entusiasmo dos fundadores. Nasceu para tirar ‘as crianças da rua’ que moravam na extinta favela do bairro Panorama, cresceu, se fortaleceu e continua firme na missão de acolher e apoiar o desenvolvimento intelectual, social e afetivo de todas as matriculadas no projeto. São 117, entre crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, de vários bairros de Umuarama.
Do salão paroquial, passando por uma casa antiga cedida pela igreja, depois por outra na Avenida da Liberdade, um pouco mais ampla, alugada, até chegar à sede própria, em 2021, milhares de crianças foram beneficiadas com atividades que trabalham arte e cultura [pintura, música, teatro, desenho, literatura, produção de texto], esporte e lazer, informática, inglês e vários outros temas voltados ao apoio escolar. Tudo gratuito.
Com 50 crianças, as aulas de karatê estão entre as mais concorridas, assim como as de música, que reúnem 30 nas de instrumento [violão, teclado e bateria] e todas nas de coral; com bons computadores à disposição, oito participam de aulas de informática avançada [desenho para jogos]. No dia a dia, as oficinas tomam todo o tempo das crianças, que aprendem e se divertem.

A sede nova, de 400m2 de área construída, tem espaços específicos para as oficinas. Com projeto arquitetônico que priorizou funcionalidade, além da beleza, a Casa da Paz foi construída em dois pisos [foi aproveitada a declividade do terreno].
Entre os ambientes estão biblioteca, brinquedoteca, refeitório [com cozinha] e salas de audiovisual, de música, de karatê e de oficinas; também tem um campinho de futebol com arquibancada e um parquinho com cama elástica, escorregador, balanço e casa de boneca.

“Mas ainda não comporta tudo o que almejamos”, afirma categórica a diretora executiva da entidade, professora Silvia Martins. “O projeto cresceu tanto que ainda falta espaço, tanto que já estamos nos mobilizando para a ampliação da Casa da Paz; as campanhas de arrecadação de dinheiro já começaram”, avisa.
A ampliação será no terreno ao lado, onde serão construídos, em dois pavimentos [ambos com 310m2], estúdio de música e de karatê e salas de aula [embaixo]; e uma quadra poliesportiva [em cima]. O terreno foi doado pela prefeitura.
O sucesso do projeto a diretora credita à força do voluntariado. “Temos 30 voluntários engajados, uns atuando no dia a dia aqui com a gente, outros quando chamados, mas todos prestando serviços com muita responsabilidade e boa vontade”, destaca.

Procura-se mais voluntários!
No time dos voluntários está a tecnóloga em alimentos Cláudia Verri Novak, que vai à Casa da Paz duas tardes por semana para se dedicar à tarefa de lançamento de notas fiscais do programa Nota Paraná, doadas por cidadãos quando fazem compras no comércio de Umuarama.
“Nesses dois dias eu trago o meu filho para participar das atividades; como moro a uns dez quilômetros daqui, para não fazer quatro viagens no ir e vir, resolvi ficar… Enquanto meu filho está nas oficinas, eu colaboro”, conta. “É um trabalho muito gratificante, que dá uma sensação muito boa”, exclama.

Mas a Casa da Paz ainda precisa de gente disposta para doar seu tempo. “Veja só: para as aulas de música temos também violino e vários instrumentos de sopro, como saxofone, clarinete, trompete, flauta doce e flauta transversal, mas não temos professores… infelizmente!”, lamenta a diretora.
Uma equipe multidisciplinar garante a coordenação e supervisão das tarefas. Atuam na Casa da Paz, contratadas, uma psicóloga, uma assistente social, duas pedagogas, cinco monitoras, um auxiliar administrativo e uma funcionária de serviços gerais [responsável pela limpeza e para fazer o lanche da criançada].

Quem banca tudo isso
A Casa da Paz, ou Associação Assistencial e Promocional Casa da Paz, é mantida pela prefeitura de Umuarama [que banca 50% das despesas], Governo do Estado 30%] e doações, parcerias, convênios, promoções [20%]; aqui, também entra a renda do bazar permanente instalado na Avenida Rio de Janeiro e da venda de estopas [feitas com o aproveitamento de roupas imprestáveis e retalhos] para oficinas mecânicas.
O programa Nota Paraná resulta em apenas mil reais por mês, aproximadamente. “Mas ajuda, e muito!”, reconhece Silvia. “Precisamos nos esforçar bastante para atingir o que falta, mas até hoje sempre conseguimos, porque colocamos muita fé e empolgação nesse trabalho de pura resiliência”.

Driblando as dificuldades financeiras, a Casa da Paz fornece uniforme, material escolar, livros, brinquedos para recreação e lanche para as crianças. “Pela alegria que demonstram, as crianças amam esta Casa! E essa alegria nos contagia, nos dá mais força ainda para continuar o trabalho de orientá-las, acolhê-las com amor, oferecendo meios para uma formação mais sólida”, assegura a diretora.
== Com atendimento manhã e tarde, de segunda a sábado, Casa da Paz fica na Rua Mimosa, 3172, Jardim Panorama. Ainda restam vagas para o período da manhã. Saiba mais: 999750543.

























