
Produtor de leite investe em sistemas modernos de manejo e alavanca lucro em vinte por cento
Família Candioto, de Perobal, tem vários prêmios no currículo pela eficiência no trabalho que desenvolve em sítio de seis alqueires


Pai, mãe e filhos – talvez também os netos, futuramente – trabalham unidos no sítio Nossa Senhora Aparecida, no vizinho município de Perobal. Eles dão bom exemplo de que pequenas propriedades rurais, quando bem administradas, dão certo. Em seis alqueires a família Candioto mantém 120 vacas leiteiras, confinadas; metade, no momento, em lactação, produzindo 1,8 mil litros de leite por dia.
Motivada pelo número de prêmios que conquistaram no julgamento de conformação leiteira da 49ª Expo Umuarama, quando foram os mais premiados, com 11 troféus, em sete das dez categorias avaliadas, a equipe d’OBemdito foi conhecer a propriedade e conferir como é a rotina dos que garantem a pujança do negócio.
Foco é a palavra mais repetida durante a conversa que tivemos com Maicon Candioto, 33 anos, filho dos precursores, Eunice e Sebastião Candioto. “Tudo aqui é focado na produção de leite; trabalhamos só para isso”, diz, enfático, apontando para a estrutura que construíram para acomodar o plantel de vacas da raça holandesa.
São dois grandes galpões, que somam cerca de mil metros quadrados, mais a sala de ordenha, tudo planejado e construído de acordo com as normas técnicas. Os dois contam com grandes ventiladores, instalados em pontos estratégicos, para amenizar o calor.

Um dos galpões segue o sistema ‘free stall’, onde as vacas primíparas [lactantes de primeira cria] ficam em baias individuais, dispostas lado a lado, para descanso; mas nessa área coberta elas podem também caminhar livremente.
No outro galpão, ao lado, são alojadas as lactantes de segunda cria em diante e as que não estão em lactação. O sistema construtivo também segue tecnologia internacional: o método ‘compost Barn’; nele, a cama [ou o solo] onde as vacas pisam e deitam é revestido com serragem, que, ao se misturar com as fezes e urina das vacas, transforma-se em um excelente adubo.

Esses barracões, mais o celeiro e o piquete [onde ficam semiconfinadas as bezerras e as novilhas] e os terrenos de três casas, ocupam apenas dez por cento do sítio; a maior parte das terras é destinada à plantação de milho e capim para fazer silagem. “Temos que ter abundância de alimento o ano todo”, atenta Maicon. Além da silagem, as vacas comem um concentrado feito com milho, soja e caroço de algodão.
Para todas, o trato é especial em relação também à saúde, higiene e conforto. Tudo para potencializar a produção, garantindo mais produtividade, sempre aliada à qualidade. “É um trabalho árduo! Uma jornada que começa na madrugada e termina quando o sol se põe”, expõe Maicon. “Mas gosto do que faço… Amo isso tudo aqui!”.

Tarefas divididas, genética, prêmios
Para Maicon, um dos fatores que tornam o sítio um negócio bem-sucedido é a união da família na hora de encarar as diversas tarefas do dia a dia. Cada um tem uma incumbência. “Em resumo, seria isso: meu pai cuida das lavouras; minha irmã Regiane, da limpeza da sala de ordenha; minha mãe, dos serviços domésticos; e eu, do manejo das vacas e gestão da propriedade; temos apenas dois funcionários, que, bom destacar, colaboram muito para a prosperidade do negócio… Formamos uma equipe eficiente”, descreve.
A adesão ao confinamento, feita há seis anos, também foi decisiva para alavancar a renda do sítio, assim como as técnicas de melhoramento genético. “Usamos a inseminação artificial, com sêmen de touros de alta linhagem; dessa forma, valorizamos o rebanho ano a ano, obtendo vacas com excelentes características, o que explica tantos prêmios que temos conquistados, nos últimos anos”, orgulha-se, Maicon.

Segundo ele, o conjunto de investimentos fez os lucros aumentarem em cerca de 20%. A família Candioto – os pais e o avô de Maicon – entrou no ramo leiteiro com cinco vacas, num sítio de dois alqueires. Todo o leite produzido atualmente é vendido para um laticínio de Icaraíma.
Além dos 11 prêmios ganhos na Expo Umuarama, que aconteceu no mês passado, os Candioto guardam mais 150 na estante, recebidos em feiras agropecuárias de Maringá, Alto Piquiri, Goioerê, Cianorte e nas de Umuarama [a maioria]. “A participação nessas feiras, além de gerar aprendizado, também nos proporciona muitas amizades”, arremata Maicon.









