Aline Reis Publisher do OBemdito

Há sete anos AMA atende gratuitamente pessoas diagnosticadas com autismo

Instituição atua em Umuarama e presta todo suporte a quem precisa lidar com o transtorno do espectro autista

A assistente social Magda, a presidente da AMA Nilva e Camila, que é mãe de um paciente | Foto: Danilo Martins/OBemdito
Há sete anos AMA atende gratuitamente pessoas diagnosticadas com autismo
Aline Reis - OBemdito
Publicado em 30 de agosto de 2021 às 20h07 - Modificado em 22 de maio de 2025 às 23h28

Murilo Mota tem 9 anos, mora no Jardim Paraíso, em Umuarama e é um dos pacientes que recebe atendimento na Associação de Pais e Amigos do Autista de Umuarama e Região (AMA), que fica no Jardim Cruzeiro.

Murilo só teve o diagnóstico definitivo de que tinha transtorno do espectro autista (TEA) aos 6 anos, após ser atendido no hospital Pequeno Príncipe. O distúrbio está relacionado a dificuldades de comunicação e interação social e, nos casos mais evidentes, costuma ser identificado logo na infância

Com terapias como fonoaudiologia, música e fisioterapia oferecidos pela AMA Murilo tem mais qualidade de vida.

O processo, no entanto, não foi fácil nem para ele, nem para a família. A mãe Camila Mota passou por diversos atendimentos na área de saúde até descobrir sobre o autismo. Agora ela batalha contra a ignorância e a falta de respeito às pessoas que têm TEA.

“Uma vez no mercado ele [Murilo] se jogou no chão, chorou demais, gritou. Até então eu não sabia que era autismo, mas uma mulher passou por mim e disse que ia ligar para o Conselho Tutelar. Não é fácil”, relembrou.

Espaço utilizado para melhorar a capacidade motora dos pacientes | Foto: Danilo Martins/OBemdito

A aceitação também é difícil no núcleo familiar: falta de oração, feitiçaria e inúmeras outras ‘causas’ são apontadas sobre o porquê a criança teve este diagnóstico.

Desde 2016 a professora de artes Nilva Frasca sabe como é lidar com isso. Ela é presente da AMA e avó de um menino diagnosticado com TEA. Os indícios do transtorno apareceram ainda que ele era bebê, quando uma parente que trabalha na área da saúde e que tem filho da mesma idade reparou na maneira como o garotinho tentava engatinhar.

Em meio à onda de desinformação e a dificuldade para obter um diagnóstico certeiro, Nilva e a filha conheceram outros familiares de pessoas que tinham TEA e apresentavam comportamentos diversos, como dificuldades na fala, de mobilidade e, por exemplo, evitar contato nos olhos, entre outros.

Deste grupo para troca de experiências nasceu a AMA em 2014. Hoje a instituição tem 100 crianças cadastradas, das quais são 50 atendidas com as mais diversas terapias. A fila de espera revela que ainda falta muito apoio para o trabalho desenvolvido no local, que conta com educadores físicos, psicólogos, fonoaudiólogos e etc.

A Prefeitura de Umuarama repassa mensalmente R$ 6 mil para a AMA, mas as custas ficam em torno de R$ 11 mil. O que falta é arrecado através de vendas de pizzas, bazar permanente, Nota Paraná (só deixar a nota fiscal sem CPF nas caixinhas) e também por meio do apadrinhamento.

Crianças e adultos são atendidos na AMA | Foto: Danilo Martins/OBemdito

O apadrinhamento pode ser feito por valores que variam de R$ 20 a R$ 100 mensais e toda ajuda faz a diferença na vida das pessoas diagnosticadas com TEA, já que não há cura para o transtorno.

De acordo com a AMA, o ideal é que esses pacientes façam cerca de 10 horas semanais de terapias. Cada sessão de fonoaudiologia, por exemplo, pode custar até R$ 120 na rede privada, mas na AMA os pacientes têm acesso gratuitamente, além das demais terapias, mas que, não chegam ao tempo que seria ideal por falta de recursos para aumentar a equipe.

Mesmo assim, o acompanhamento é feito pela assistência social da AMA, que faz a triagem, acolhimento e encaminhamento das famílias para os órgãos competentes. As ‘boas-vindas’ são dadas pela assistente Magna Souza.

E cada paciente tem sua própria rotina de terapias, de acordo com orientação médica, para que ganhe mais qualidade de vida.

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