
Seis décadas de amor: casal pioneiro de Umuarama comemora Bodas de Diamante
Foi em 1953 que o casal se encontrou pela primeira vez na residência de um dos irmãos de seu Camilo


Os pioneiros de Umuarama, seu Camilo Máximo de Souza Filho, de 89 anos, e dona Elena Souza Porto, de 82 anos, completarão 60 anos de casados no dia 27 de maio. OBemdito foi até a residência do casal para conversar com eles, conhecer um pouco dessa bela história e, além disso, conseguir alguns conselhos sobre como manter uma relação tão duradoura.
Tudo teve início em 1953, quando o casal se encontrou pela primeira vez na Fazenda Esperança, na residência de um dos irmãos de seu Camilo. Naquela época os irmãos assumiram uma lavoura de café para cuidar e em um determinado dia, vários jovens se reuniram para jogar Malha, momento em que seu Camilo e dona Elena se viram pela primeira vez.
“Estávamos jogando e eu nunca tinha visto ele lá, então perguntei a outro colega quem era aquele rapazinho bonitinho que estava lá. O outro respondeu que era irmão do Júlio, meu cunhado”, relatou dona Elena.
Como o flerte naquela época era diferente, eles conversaram um pouco na festa e depois passaram vários dias enviando recados um para o outro por intermédio de terceiros. Dona Elena também mencionou que havia outro rapaz interessado nela, mas não quis saber dele e continuou pensando em seu Camilo, tentando manter contato.

O casamento e os primeiros anos de vida a dois
Tudo deu certo e em 27 de maio de 1964 eles se casaram. A cerimônia ocorreu na igreja de São Francisco de Assis, seguida por uma pequena comemoração em um sítio da família.

Durante alguns anos eles trabalharam na fazenda, no entanto como o trabalho era muito instável, decidiram se mudar para mais perto onde estava a maior concentração populacional, em Umuarama. Isso aconteceu após três dos seus cinco filhos virem para o município para trabalhar, em 1994.
“Enquanto morávamos na Fazenda Esperança, nos falaram que iria abrir um patrimônio chamado Umuarama. Aqui só existia mato naquela época e era tudo de chão”, contou dona Elena.
“Eles haviam feito apenas uma derrubada onde hoje é a Praça Arthur Tomas, mas nem mesmo queimar os matos eles haviam feito. Trabalhamos bastante tempo no sítio, depois foi fracassando. No ano em que colhíamos bastante, não havia preço, em outro, perdíamos com chuvas e não dava nada. A família estava crescendo e então os filhos mais velhos foram arranjando emprego aqui na cidade e por último, nós dois viemos junto com nosso caçula”, completou seu Camilo.

O casal relata que apesar de todas as dificuldades, sempre gostaram de morar em Umuarama e sempre tiveram oportunidades de trabalho. Seu Camilo trabalhava como motorista, enquanto dona Elena sempre foi dona de casa.
O segredo de um amor longevo
Quando questionados sobre qual era o segredo de uma relação tão duradoura e quais conselhos gostariam de deixar para as próximas gerações sobre o casamento, eles disseram:
“É ter união e respeito, pois sem isso o relacionamento não funciona. Casou, precisa ter união, confiança um no outro e respeito. Assim, vai longe”, disse seu Camilo.
“Concordo com ele. Precisamos ter respeito um pelo outro, ter paciência. Muitas vezes falta paciência um com o outro, então precisamos aprender isso. Hoje em dia, os casais não querem ter paciência um com o outro; um fala e cada um vai para um lado, então não é assim. Precisa ter respeito e paciência”, afirmou dona Elena.

O casal também enfatizou que ao fazer o juramento religioso, assume-se um compromisso que deve ser mantido e as promessas devem ser cumpridas perante Deus.

Orgulho dos filhos e união familiar
A Lúcia, de 59 anos, proprietária da Panificadora Casa da Maria, é a filha mais velha do casal e disse que sente muito orgulho dos pais, que sempre foram um exemplo de vida, estando ao lado de todos os filhos e dando todo o suporte necessário.
“Por tudo que nós já passamos nessa vida, nessa luta, principalmente financeiramente, eu tive que vir trabalhar na cidade, depois vieram meus irmãos e fomos tentando sobreviver. Graças a Deus, estudamos; hoje, cada um tem seu trabalho, nossa família e eles são nosso esteio, nosso espelho de vida. Eles são o apoio para toda a família, seja com uma palavra de ânimo, seja com um conselho”, disse emocionada a primogênita.

Lúcia também mencionou que toda essa base ela e os irmãos tentam passar para os filhos. Ela que adotou 4 crianças, relatou que tenta ensinar para eles a importância da família, bem como, mostrar o respeito que os avós têm um pelo outro.
“Para mim é muito gratificante, é uma alegria. Estávamos falando que eles completarão 60 anos de casamento e tínhamos essa esperança de vê-los chegar a este momento bem, lúcidos… Então, para mim, é um exemplo muito grande e é muito gratificante tê-los aqui. Tenho certeza de que se todos os meus irmãos estivessem aqui hoje, diriam a mesma coisa”, contou Lúcia.
Ela também relatou que a família está sempre unida para cuidar e zelar pelo casal. Todos os dias, alguém passa para olhar os idosos, fazer companhia e assim, mostrar a eles o quanto são importantes para todos os membros da família.

“Cada noite é uma visitinha. Os filhos e netos vêm aqui e eles mesmos fazem comida para nós”, disse dona Elena se divertindo.
“Aqui é assim, tem bastante neto, bisnetos, agregados; quando fazemos uma reunião só da família, já é uma festa. Dá umas 45 a 50 pessoas. Qualquer coisa já vira um evento”, brincou Lucia.
Festa e celebração dos 60 anos
A família realizará uma celebração e uma festa no domingo (26). Será apenas para familiares e amigos mais próximos, mas todos estão empenhados em fazer uma grande festa para o casal que é a base da família.
OBemdito agradece à família por abrir as portas da casa para conversar conosco e compartilhar um pouco da sua bela história. Agradecemos também a seu Camilo e dona Elena por ajudarem a fundar a nossa tão maravilhosa e amada cidade.
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