
Umuarama: Mãe fala sobre angústia de viver sem notícias do filho que desapareceu em Querência
O desaparecimento de Lucas Rangel Ishizo Sunahara, 30 anos, ainda é um mistério


A busca incessante por informações do paradeiro do filho Lucas Rangel Ishizo Sunahara, 30 anos, está ocupando os dias de Laci Aparecida Pereira. Moradora em Umuarama, ela vive momentos de extrema angústia desde que Lucas desapareceu, no dia 22 de junho deste ano na cidade de Querência, no estado do Mato Grosso.
OBemdito conversou com Laci e manteve contato com a Polícia Civil de Querência, que informou que as investigações estão em andamento e que apenas quando for oportuno os detalhes do caso serão divulgados.
“Estou doente com essa situação. Estou tentando buscar forças para seguir atrás de informações sobre meu filho. Enquanto não sabemos de nada, continuo nessa angústia, desespero, sem saber o que fazer, o que pensar”, disse Laci.
O desaparecimento de Lucas, conhecido como ‘Japonês’, ainda é um mistério. Ele trabalha com vendas de sofás e há pouco mais de um mês viajou com um colega (que é motorista de caminhão) para o Mato Grosso. Os dois passaram por outras cidades e chegaram em Querência no mesmo dia em que Lucas desapareceu.
O motorista ficou no caminhão, que estava estacionado no pátio de um posto de combustíveis na rodovia, enquanto Lucas foi a pé para a cidade comprar um lanche para eles jantarem em uma pracinha nas imediações. Ele não chegou a voltar até onde o caminhão estava.
A mãe contou que Lucas trabalha com vendas de sofás há 5 anos e nunca tinha ido para Mato Grosso. Sempre viajava pelo Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul. “Antes de ir para Querência ele estava em Água Boa, Tamarana. Por volta das 18h30, 18h45, nós conversamos. Ele tinha acabado de chegar em Querência. Às 21h58 foi a última vez que ele viu o celular”, explicou Laci.
Ela acrescentou que o filho pediu dinheiro ao seu esposo para pagar os lanches. Um PIX no valor de R$ 60 foi feito diretamente para o senhor que é proprietário do carrinho de lanches. Na sequência, Lucas teria saído a pé, passando pelo Setor F e sumiu.
Laci continuou contando que o motorista do caminhão começou a procurar o colega assim que notou sua demora para retornar. “Ele saiu andando, procurando pelo Lucas, mas não o encontrou. Foi ao hospital, conversou com algumas pessoas e voltou para o caminhão. Acabou dormindo e, assim que amanheceu, saiu em busca do Lucas novamente. O motorista perguntou para várias pessoas se tinham visto meu filho e também foi na Delegacia, onde pediram para aguardar mais um tempo caso ele tivesse passado a noite em alguma festa e ainda não tivesse acordado”, disse.
A mãe comentou que passar a noite em festas não fazia parte do estilo de Lucas. “Ele não é de sair, fazer farra”. O colega de trabalho ligou para Laci para contar sobre o sumiço do vendedor e conseguiu registrar o boletim de ocorrência apenas na segunda-feira (24). “Ele ficou até quinta [dia 27] em Querência, foi atrás de informações, de pessoas, de imagens, conversou com o dono do carrinho de lanche, enfim, fez tudo o que foi possível. Daí na quinta-feira eu agradeci todo o empenho dele na busca pelo Lucas e comentei que seria melhor ele vir embora, até pela sua segurança”, explicou Laci.
EM BUSCA DE INFORMAÇÕES
Desde então, Laci vive para buscar informações sobre o paradeiro do filho e para saber detalhes da investigação. Ela comentou que, devido à distância, tem acesso a poucos fatos. “As postagens feitas na imprensa local têm comentários horríveis, que falam sobre seita, magia negra, venda de órgãos, pois várias pessoas teriam desaparecido em Querência. Não sabemos mais o que pensar. Também estou em contato com famílias de outras pessoas que sumiram em Querência. São famílias de várias cidades e estados. Todos estão buscando informações sobre onde estão seus familiares desaparecidos”, falou.
Laci afirmou que Querência fica a cerca de 1.700 quilômetros de Umuarama e não consegue ir até lá e se manter na cidade para acompanhar mais de perto as investigações. “Amigos do Lucas que moram naquela região e parentes do meu marido estão se revezando para ir até Querência e buscar detalhes das investigações. Teve amigo que inclusive viu um vídeo que mostra que meu filho estava andando em uma rua e na outra quadra sumiu, já não aparecia mais nas imagens”, contou.
A mãe finalizou fazendo um apelo para que quem tiver qualquer pista ajude. “O Lucas tem 30 anos, mas é muito apegado a mim, à nossa família. Ele me ligava várias vezes ao dia e chamam ele de ‘dengo’, de tanto que fala comigo. Não é possível que tenha desaparecido por querer. Temos certeza que algo aconteceu”, finalizou.
INVESTIGAÇÃO
OBemdito manteve contato com a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) do Estado do Mato Grosso. Através de e-mail da Assessoria de Comunicação Social (Asscom) da Polícia Civil foram respondidos alguns questionamentos.
A Asscom informou que a Delegacia da Polícia Civil de Querência, na região nordeste de Mato Grosso, instaurou um auto de investigação preliminar para apurar as circunstâncias do desaparecimento de Lucas Rangel Ishizo Sunahara.
“Foram realizadas diversas diligências para apurar informações que possam auxiliar a Polícia Civil a esclarecer o desaparecimento e localizar a vítima. A equipe da Delegacia já ouviu três pessoas que tiveram contato com a vítima e continua com outras diligências”.
A Assessoria finalizou informando que Lucas “desapareceu na noite de 22 de junho, após ir a um bar no bairro Setor F. Lucas pediu dinheiro emprestado a um conhecido, que enviou o valor e informou que depois não conseguiu mais contato com a vítima. Em momento oportuno, quando tiver informações mais concretas, o delegado Dionys Zanotelli, se pronunciará”.