Rodrigo Mello Publisher do OBemdito

Quem era Tiu França, o catarinense autor das explosões em Brasília

O suspeito morava atualmente em Ceilândia, cidade satélite de Brasília, e era adepto a teorias conspiratórias

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Quem era Tiu França, o catarinense autor das explosões em Brasília
Rodrigo Mello - OBemdito
Publicado em 14 de novembro de 2024 às 10h58 - Modificado em 19 de maio de 2025 às 21h40

O autor das explosões registradas na noite de quarta-feira (13) em Brasília foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, natural de Rio do Sul, Santa Catarina. O homem, de 59 anos, detonou artefatos em frente aos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Câmara dos Deputados, em um ataque que deixou o Distrito Federal em alerta. A Polícia Civil e a Polícia Federal investigam o caso, e a principal suspeita é de que Francisco tenha agido sozinho.

Passado de Francisco Wanderley Luiz

Francisco Wanderley Luiz, mais conhecido como Tiu França, foi chaveiro e candidatou-se a vereador em Rio do Sul em 2020 pelo Partido Liberal (PL). Embora não tenha sido eleito, o ex-candidato foi conhecido por suas postagens nas redes sociais, onde compartilhava conteúdos políticos, religiosos e sobre teorias da conspiração, incluindo a crença no movimento QAnon, que associa figuras de esquerda a práticas extremas e criminosas.

Em entrevista ao portal Uol, o deputado federal Jorge Goetten (Republicanos/SC) afirmou que conhecia Francisco desde a juventude e destacou que ele estava enfrentando “sérios problemas mentais” desde que se separou da esposa, há quatro meses. “Ele estava passando por dificuldades emocionais e mudou-se para Brasília, onde vinha se comportando de maneira errática”, disse Goetten.

Teorias da Conspiração e Oposição ao STF

O suspeito, que morava em Ceilândia, cidade satélite de Brasília, usava suas redes sociais para expressar críticas frequentes a figuras políticas e instituições. Francisco se mostrava especialmente hostil aos ministros do STF, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e aos líderes da Câmara dos Deputados e Senado Federal. Recentemente, ele havia publicado uma mensagem em que dizia que o 15 de novembro, feriado da Proclamação da República, seria um “dia especial para iniciar uma revolução”.

Além disso, testemunhas relataram que Francisco estava vestindo um terno com naipes de cartas, lembrando o personagem Coringa, e que um chapéu branco foi encontrado ao lado do seu corpo após a explosão.

Sequência dos Ataques

A primeira explosão aconteceu por volta das 19h30, quando o carro de Francisco foi incendiado e começou a emitir estouros que pareciam ser de fogos de artifício. Vídeos feitos por pessoas próximas ao Anexo 4 da Câmara dos Deputados mostraram o momento do incidente.

Em seguida, Francisco dirigiu-se até a frente do STF, onde detonou pelo menos duas bombas em um intervalo de 18 segundos. Os dois locais das explosões estavam a aproximadamente 450 metros de distância. Testemunhas afirmaram que a ação do suspeito terminou quando ele colocou a última bomba perto da cabeça e se deitou no chão, provocando sua própria morte.

Reações e Investigações

O STF repudiou os atentados em nota oficial, destacando que a segurança do órgão colaborou com as autoridades policiais do DF para a investigação. “Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela”, informou o Supremo, acrescentando que a segurança faria uma varredura completa nos prédios para garantir a ausência de outros artefatos explosivos.

O expediente foi suspenso até o meio-dia de quinta-feira (14), e a situação seria reavaliada ao longo da manhã. A Polícia Civil e a Polícia Federal seguem investigando o caso, ainda sem informações conclusivas sobre os motivos que levaram Francisco Wanderley Luiz a realizar os atentados.

Com informações NDMais via R7

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