Graça Milanez Publisher do OBemdito

Delicados e exclusivos, jogos americanos de crochê ganham destaque nesta época do ano

Fãs de mesa posta aderem à onda, que deixa o ambiente mais estiloso e convidativo para celebrar

Sônia Krominski e seus jogos americanos: crochê é fonte de renda, mas, acima de tudo, uma paixão que vem da infância - Fotos: Danilo Martins/OBemdito
Delicados e exclusivos, jogos americanos de crochê ganham destaque nesta época do ano
Graça Milanez - OBemdito
Publicado em 15 de dezembro de 2024 às 13h00 - Modificado em 19 de maio de 2025 às 19h50

O clima natalino desperta mais que o espírito de confraternização. Em muitas casas, ele se reflete na busca por decorações que transformem as celebrações em experiências lindas e inesquecíveis. É nesse cenário que os delicados jogos americanos de crochê, feitos à mão com esmero, ganham protagonismo. Eles conferem às mesas uma aura nostálgica, além de estilosa.

A artesã Sônia Krominski, 60 anos, moradora do Jardim Bandeirantes, em Umuarama, se dedica a essa arte, transformando linhas coloridas ou em tons neutros em peças que unem funcionalidade e sofisticação. Aprendida com a mãe, também crocheteira talentosa, a técnica que parecia apenas um passatempo revelou-se uma fonte de renda, há cerca de 20 anos.

Nesta época de festas, a procura por seus produtos aumenta significativamente. “As pessoas querem mesas bonitas e chiques para receber a família e os amigos; saber que meu trabalho pode fazer parte desses momentos especiais é muito gratificante”, exclama.

Suas peças encantam pela delicadeza e pelo cuidado nos detalhes: tem acabamento muito bem feito e excelente harmonização das cores e texturas. Mas a artesã ainda enfrenta desafios para mostrar o valor desse trabalho manual, que anuncia no instagram e vende pela internet. Os preços variam de acordo com o modelo.

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Jogo americano de Sônia Krominski: peças feitas à mão dão sofisticação às mesas de celebração

“Infelizmente, nem todos compreendem o tempo e o esforço que requer; às vezes reclamam do preço, mas eu sempre explico que é um investimento em uma peça única, que ninguém vai ter uma igual, porque é feita à mão, ponto por ponto… E que além da beleza, tem material de boa qualidade envolvido”, argumenta.

Mas a vontade de agradar e de fazer com que mais pessoas adquiram suas peças, e que façam disso “a realização de um sonho de consumo”, Sônia adotou uma estratégia, tão popular quanto o próprio crochê: o consórcio.

“Assim, quem tem interesse, via consórcio, pode fazer a compra com mais tranquilidade… Vai pagando, pagando e quando é sorteada leva o produto para casa”, comenta Sônia, acrescentando que a iniciativa tem atraído novos consumidores, especialmente nesta época em que os itens para decoração natalina são tão procurados.

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Mesa posta: onda pega e jogos americanos são os queridinhos da vez

Embora atue como assistente do marido, que é representante comercial, ela não abre mão do crochê, paixão que a ajudou a superar momentos difíceis: “Eu não largo por nada; cada peça que faço é como um presente, tanto para mim quanto para quem recebe”.

Ao dizer isso, Sônia deixa transparecer seu orgulho de persistir na arte da crocheteira e assim manter a tradição que começou há muitos séculos atrás: “Meu trabalho vai muito além da decoração: é feito à mão, é autoral; para mim, representa histórias de superação, costumes familiares e criatividade, fazendo parte de mesas que não só alimentam, mas emocionam durante as festas de fim de ano… O prazer disso tudo é indescritível”.

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Funcional e estilosa: toalhinha americana de crochê, que combina técnica refinada a bom gosto

Falando em superação…

Sônia conta, com brilho nos olhos, que o crochê foi uma das melhores coisas que aconteceram na vida dela, nos últimos anos. Não só porque dá a ela uma renda extra, mas porque foi um verdadeiro remédio para seu bem-estar.

Foi com o crochê que conseguiu superar um período difícil de depressão, desencadeado pela saída do filho de casa, que se casou. Ela teve a síndrome do ninho vazio. “Eu tinha crises que me levavam para o hospital e tomava muito medicamento… Foram mais de cinco anos nessa batalha”, recorda.

Uma amiga a convenceu de que um trabalho manual poderia ajudá-la a amenizar a situação. “Comecei fazendo bordado em ponto cruz e, depois de um tempo, lembrei do crochê… Fazia tempo que não crochetava; comecei e não parei mais!”

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Jogos americanos feitos por Sônia Krominski são comercializados pela internet

Ela diz que foi percebendo, dia a dia, melhora da sua saúde mental. “Eu me sentia cada dia melhor a ponto de propor para o meu psiquiatra que queria ir deixando os medicamentos… E foi o que aconteceu: zerei e, há sete anos, não tomo nem mais para dormir”, orgulha-se. “Só que não posso ficar mais que três dias sem crochê”, revela, rindo. Pelo que tudo indica, virou um vício!

== Para encomendar ligue 44 9 9814-8101 (whatsapp). Saiba mais acessando https://www.instagram.com/soniacroche.atelie/

== Agradecemos à Casa Bonita, que nos cedeu ambientes para cenário das fotos que ilustram a reportagem.

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