
Dia da Pessoa com Deficiência Visual é celebrado com ações do Conselho Municipal e Apadevi
O dia destaca a importância de conscientizar governos e a sociedade sobre o combate à discriminação e ao preconceito enfrentados por pessoas com deficiência visual


O Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, celebrado nesta sexta-feira (13), foi oficializado em 1961 por meio do Decreto nº 51.045. A data coincide com o Dia de Santa Luzia, reconhecida pela Igreja Católica como a protetora dos olhos.
Este dia tem como principal objetivo conscientizar governos e sociedade sobre a importância de combater a discriminação e o preconceito contra deficientes visuais. Além disso, busca promover a garantia de direitos, a acessibilidade e a atenção à saúde, por meio de políticas públicas que incentivem a inclusão dessas pessoas.
Durante a última semana, a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais de Umuarama (Apadevi) realizou uma confraternização com alunos e colaboradores. A organização também participou de um evento promovido pelo Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, no Centro da Juventude, reforçando a necessidade de ações inclusivas.
A visão desempenha um papel central em diversas etapas da vida. Aprender a andar, a ler, frequentar a escola e, mais tarde, trabalhar tornam-se desafios maiores na ausência desse sentido.

“Esta data é importante para destacar que a pessoa com deficiência visual enfrenta inúmeras barreiras, principalmente as atitudinais. Elas precisam se reinventar, sendo exemplos de resiliência e coragem para aqueles que têm o privilégio de conviver com essas pessoas”, afirmou Rosana Urbanski Rodrigues, professora na Apadevi.
Conforme o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18,6% dos brasileiros apresentam algum grau de deficiência visual. Desse total, 6,5 milhões têm deficiência severa, sendo 528.624 completamente cegos. Além disso, 29 milhões relataram dificuldade permanente de enxergar, mesmo utilizando óculos ou lentes corretivas.

Em quase metade dos casos, a deficiência visual poderia ser evitada com tratamento adequado. A ausência de cuidados oftalmológicos é uma das principais causas do problema. Pesquisas indicam que mais de 90% das deficiências visuais no mundo ocorrem em países em desenvolvimento, com maior incidência em pessoas com mais de 50 anos.
O envelhecimento e o crescimento populacional contribuem para o aumento do número de casos, o que reforça a necessidade de detecção precoce e intervenções eficazes.
A deficiência visual pode ser definida como a perda total ou parcial da visão, decorrente de fatores congênitos ou adquiridos. Baixa visão refere-se à capacidade reduzida de enxergar, enquanto a cegueira implica na perda total da visão, demandando o uso de recursos como o sistema Braille ou leitores de texto digitais. Por outro lado, condições como miopia, astigmatismo e hipermetropia, que são corrigíveis, não configuram deficiência visual.
Entre as causas reversíveis, destacam-se a catarata e erros de refração não corrigidos. O glaucoma, por sua vez, lidera como a maior causa de cegueira irreversível. A retinopatia diabética, associada ao diabetes mellitus, é a principal causa de cegueira em idade produtiva.
Outras condições, como hipertensão e diabetes, também podem levar a problemas oculares, exigindo acompanhamento médico regular. Para prevenir a cegueira infantil, é essencial vacinar mulheres contra rubéola, sarampo e toxoplasmose, doenças que podem causar complicações congênitas.

Acidentes e traumas também figuram entre as causas de perda visual. Medidas como armazenar produtos perigosos fora do alcance de crianças, supervisionar objetos cortantes e adotar cuidados em atividades infantis podem prevenir muitos casos.
A reabilitação é um dos pilares do suporte às pessoas com deficiência visual. O objetivo é maximizar o uso da visão residual e promover adaptações para minimizar os impactos sociais e emocionais. Recursos como ampliadores ópticos, leitura em Braille, tecnologias assistivas e treinamento de mobilidade com bengalas são amplamente utilizados.
No Brasil, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) reforça a necessidade de combater a discriminação, assegura atendimento prioritário e reabilitação, e define direitos relacionados à acessibilidade. A norma também permite a utilização do FGTS para a aquisição de próteses e órteses. Complementarmente, o Decreto nº 5.904/2006 assegura o direito ao uso de cães-guia em locais de uso coletivo, entre outras garantias.
O cuidado com a saúde ocular é fundamental. Consultas regulares ao oftalmologista permitem o monitoramento da acuidade visual e a identificação precoce de problemas que, tratados a tempo, podem evitar complicações graves, como a cegueira. Assim, o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual reforça não apenas a necessidade de inclusão, mas também a relevância da prevenção e do cuidado contínuo com a saúde ocular.




(Com informações OBemdito e Assessoria de Comunicação Social do MEC)