
Ação judicial pode anular votos do Partido Novo e impedir posse de Lucas Grau
A sigla partidária teria usado candidatura laranja para completar a cota mínima de mulheres nas eleições de outubro


Uma ação judicial em tramitação na Justiça Eleitoral de Umuarama pode anular os votos do Partido Novo nas eleições de outubro e impedir a posse do vereador eleito Lucas Grau, o terceiro mais votado no município, com 1.906 votos.
O processo foi movido pela executiva local do PSB (Partido Socialista Brasileiro) sob a acusação de que a sigla utilizou “candidaturas laranjas” para cumprir a cota de 30% de mulheres exigida pela legislação eleitoral.
Se confirmada a irregularidade, o mandato de Grau será cassado, e a vaga na Câmara de Vereadores será assumida pelo suplente Washington Guirão (PSB), que obteve 1.269 votos.
Fraude eleitoral
De acordo com o PSB, uma das candidatas do Partido Novo teria sido inscrita apenas para completar a cota mínima de mulheres. A candidata em questão recebeu apenas cinco votos e seria esposa de outro candidato do mesmo partido, que também teve votação inexpressiva.
A prática, conhecida como candidatura laranja, consiste no registro de candidaturas fictícias, sem intenção real de disputa, para atender às exigências legais.
A legislação eleitoral brasileira estabelece que partidos ou federações devem reservar ao menos 30% de suas candidaturas para cada gênero. Fraudes nesse sentido podem levar à cassação dos mandatos de todos os eleitos pela legenda.
“A justiça será feita”, diz vereador eleito
Lucas Grau classificou a ação como uma tentativa de perseguição política e disse confiar no desfecho favorável do caso. “Estamos confiantes de que a justiça será feita, porque a verdade é inegociável e sempre prevalecerá. Essa ação é mais uma tentativa desesperada da esquerda e da velha política de cassar o mandato de alguém que representa a verdadeira mudança”, afirmou ao OBemdito.
Para o vereador eleito, o objetivo da ação seria enfraquecer sua candidatura e atacar o Partido Novo. “Estamos em uma guerra contra a mentira e contra aqueles que tentam manipular o processo democrático para atender a interesses obscuros”, declarou.
Suplente se diz preparado
Washington Guirão, suplente pelo PSB, disse não ter conhecimento da ação, mas afirmou estar pronto para assumir a vaga, caso necessário. “Se teve alguma situação de irregularidade, quem vai definir é a justiça, e, se a lei disser que tenho que assumir, por ser suplente, eu estou preparado para assumir e fazer o trabalho que sempre fiz”, disse.
Guirão, de 52 anos, é empresário e já foi vereador entre 2013 e 2016 pelo PT, quando foi eleito com 986 votos.
Sem acesso ao processo
OBemdito tentou contato com Eliseu Vital, presidente local do PSB, e com a advogada responsável pela ação, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O teor completo do processo judicial também não foi acessado pela reportagem.