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Motorista de ônibus afirma ter tentado evitar acidente que resultou em morte de empresário

A investigação quer entender por que o ônibus não foi rebocado

Motorista de ônibus afirma ter tentado evitar acidente que resultou em morte de empresário
Redação - OBemdito
Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 18h54 - Modificado em 19 de maio de 2025 às 19h37

O motorista do ônibus envolvido no grave acidente que resultou na colisão com outros dez veículos e na morte de um empresário em Curitiba prestou depoimento à Polícia Civil do Paraná (PCPR). Durante a oitiva, o condutor afirmou que tentou evitar o impacto em duas ocasiões, mas não conseguiu.

O motorista relatou que estava na segunda faixa à direita e considerou desviar para ambos os lados da via, mas nenhuma das opções era viável. “Tentei escapar para as duas laterais, mas não tive êxito porque havia carros do meu lado na primeira tentativa. Na segunda, eu não conseguiria entrar à direita devido à velocidade, que já havia aumentado”, explicou.

Ele também acrescentou: “O que pude fazer foi tentar escapar para a esquerda ou direita… Se eu fosse para a esquerda, entraria em um estabelecimento comercial e não sabia se havia mais pessoas ali”, relatou ao delegado Edgar Santana, que conduz o inquérito.

Um ponto central da investigação conduzida pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) é entender por que o ônibus não foi rebocado, uma vez que havia apresentado problemas nos freios devido a um defeito no sistema de ar. Segundo o motorista, ele não foi informado sobre o tipo exato de falha, mas recebeu autorização do mecânico para continuar operando o veículo.

“Não me disseram qual era o problema. A garagem me comunicou sobre a substituição [do ônibus]. Eu não questionei. O veículo estava normal, em funcionamento, e o mecânico autorizou”, declarou. Ele detalhou que, ao descer a Rua Iguaçu, no final da via, percebeu que o sistema de freios não respondia mais. “Até aquele momento, estava funcionando normalmente. Para tentar evitar algo mais grave, comecei a sinalizar para os motoristas à frente”, disse.

Com quase 30 anos de experiência como condutor de ônibus, o motorista ressaltou que nunca havia se envolvido em um acidente dessa magnitude. Ele também afirmou que não havia qualquer indicativo no veículo de que o problema persistisse. “Não acendeu nenhuma luz. Em um sistema simples, que pode ser reparado na rua, ele segue em funcionamento. Mas, se precisa ser rebocado, a empresa deve ser avisada”, complementou.

O delegado Edgar Santana enfatizou, em entrevista recente, a importância do laudo técnico do Instituto de Criminalística (IC) para o desdobramento das investigações. A análise deverá confirmar se o ônibus realmente apresentou falhas nos freios e no sistema de ar e esclarecer se houve outros problemas que possam ter passado despercebidos na avaliação do mecânico.

(Com informações Banda B)

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