Stephanie Gertler Publisher do OBemdito

Acampamento indígena no terminal urbano de Umuarama gera desconforto na população

A situação tem sido alvo de críticas, uma vez que o ambiente tem ficado cada vez mais insustentável para quem utiliza o local

Fotos: Danilo Martins/OBemdito
Acampamento indígena no terminal urbano de Umuarama gera desconforto na população
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 19h10 - Modificado em 19 de maio de 2025 às 18h25

Desde começo do mês de dezembro de 2024 um grupo de indígenas, composto principalmente por crianças e jovens, está acampado ao lado da rampa de acesso ao terminal urbano, na Praça da Bíblia, em Umuarama. Além das crianças e jovens, o grupo também conta com homens e mulheres de diversas idades.

O acampamento improvisado, formado por lâminas de compensado, caixas de papelão, colchões e lonas, além de chamar a atenção de quem passa pelo local, tem gerado incômodos aos usuários do terminal urbano, comerciantes, trabalhadores e frequentadores da região. Muitos reclamam do lixo espalhado pela área, das necessidades fisiológicas feitas ao redor e do assédio relacionado a pedidos de esmola.

Em visita ao local, OBemdito conversou com um comerciante que preferiu não se identificar. Ele relatou que os indígenas abordam as pessoas para pedir comida e esmolas. “Eles incomodam menos que os ‘nóias’ [usuários de drogas], mas a grande questão é que ocupam o local e como não há estrutura, acabam fazendo até suas necessidades em qualquer lugar. Até fraldas das crianças ficam jogadas por aqui”, afirmou.

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Outro trabalhador, também não identificado, expressou grande preocupação, principalmente com as crianças. “Eles usam essa torneira que fica aqui na rua e dão banho nas crianças, que ficam completamente nuas. Até as adolescentes são submetidas a esse tratamento. Considero isso muito perigoso, pois, com os ‘nóias’ por aqui, a chance de um deles sofrer uma violência sexual é muito grande. Estamos aqui há muitos anos e cada ano a situação piora”, relatou.

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“Já vi alguns deles pedindo esmolas lá naquele semáforo na saída para Xambrê. É longe e pelo que vi, a criança estava sozinha. Naquele sol quente, desacompanhada. Isso é uma vergonha”, expressou outro trabalhador.

O município acompanha a situação por meio do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) mas, segundo o órgão não há muito o que fazer. Até 2023 os indígenas precisavam de autorização do cacique da aldeia para montar acampamento no local, como parte de um acordo com a Prefeitura. Essa medida foi revogada por um procurador da Justiça Federal.

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“O Centro Pop acompanha os grupos que chegam, faz abordagens e oferece os mesmos serviços destinados aos moradores de rua. Além de fornecer kits de higiene, também oferecemos café da manhã e da tarde, banho, documentação e encaminhamentos na área de saúde”, explicou a entidade.

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Os acampamentos de indígenas em Umuarama não são uma novidade, sendo uma questão tratada diversas vezes entre o município, o Ministério Público Estadual e Federal, a Defensoria Pública da União e do Estado, além de entidades ligadas ao bem-estar social.

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Apesar da grave situação de degradação humana e social, os indígenas não podem ser retirados do local. Por serem povos originários, eles são regidos por uma legislação específica, que é administrada pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas).

OBemdito tentou contatar a Assistência Social da Prefeitura de Umuarama para esclarecer a origem dos indígenas, mas a responsável não estava disponível para um pronunciamento. O espaço segue aberto para a secretaria.

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