
Com 14 anos de dedicação, Elton se torna exemplo de inclusão em hospital de Umuarama
Elton Alessandro Barreiro tem 31 anos, é surdo e desempenha um papel essencial no serviço de arquivos médicos


O Hospital Cemil tem se destacado por sua política de inclusão ao contratar e acolher Pessoas com Deficiência (PcD) em diferentes funções. Entre os exemplos dessa prática está Elton Alessandro Barreiro, um funcionário surdo de 31 anos que trabalha há 14 anos na instituição. Ele desempenha um papel essencial no serviço de arquivos médicos.
Em entrevista para OBemdito, Elton contou que o hospital foi seu primeiro emprego com carteira assinada. Antes disso, ele teve uma breve experiência em uma farmácia e enfrentou muitas dificuldades para encontrar outras oportunidades no mercado de trabalho local. Ele destacou que apenas no Cemil encontrou um ambiente de respeito e apoio às pessoas com deficiência.

No hospital Elton é responsável pela organização, digitalização e arquivamento de documentos médicos. Suas tarefas envolvem gerenciar informações cruciais sobre os pacientes, garantindo que estejam acessíveis de forma eficiente e segura. Segundo a assessoria do Cemil, Elton é considerado um dos funcionários mais queridos e respeitados, sendo frequentemente elogiado pela diretoria.

Sobre sua satisfação no trabalho, Elton afirmou: “Gosto muito”. Ele também destacou um desafio comum enfrentado por pessoas com deficiência no mercado de trabalho, dizendo: “Muitas empresas do município ainda têm preconceito em relação à contratação de PcD`s, o que dificulta o acesso a vagas”.
Uma das poucas dificuldades enfrentadas por Elton no ambiente de trabalho é a comunicação com os colegas. Por estar em um ambiente majoritariamente composto por ouvintes, ele pratica pouco a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Apesar disso, relatou que seus colegas se esforçam para compreendê-lo e apoiá-lo no dia a dia.

Além das tarefas rotineiras de arquivamento, Elton é responsável pelo descarte de documentos antigos. Ele explicou que os registros físicos são mantidos por 20 anos antes de serem incinerados, enquanto os prontuários digitalizados são preservados de forma permanente, garantindo maior segurança e longevidade às informações.

Fora do trabalho, Elton mantém uma vida ativa. Ele gosta de passear, assistir filmes e frequenta a academia para praticar atividades físicas. Quando questionado sobre sua vida amorosa, respondeu com bom humor: “Não estou em busca de uma namorada no momento”, acrescentando que não tem condições financeiras para manter um relacionamento.

O exemplo de Elton no Hospital Cemil vai além de suas atribuições profissionais. Sua trajetória evidencia o impacto positivo da inclusão, mostrando como oferecer oportunidades para pessoas com deficiência pode transformar vidas, beneficiar as organizações e inspirar a comunidade.

