Stephanie Gertler Publisher do OBemdito

Dengue tipo 3: o que é e por que preocupa tanto os especialistas brasileiros

A dengue tipo 3, é reconhecida como um dos sorotipos mais virulentos, com maior potencial de causar formas severas da doença

Foto: Ministério da Saúde
Dengue tipo 3: o que é e por que preocupa tanto os especialistas brasileiros
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 16h49 - Modificado em 22 de janeiro de 2025 às 16h49

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, afeta milhões de pessoas anualmente, sobretudo em regiões tropicais como o Brasil. O vírus pertence à família dos flavivírus e apresenta quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.

“Cada um desses sorotipos pode causar desde infecções assintomáticas até quadros graves da doença. É por isso que estamos trabalhando intensamente nas medidas de prevenção por meio da eliminação dos focos do mosquito transmissor da doença”, afirma a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Os sorotipos, embora pertencentes à mesma espécie viral, diferem em sua composição antigênica. Isso implica que a infecção por um sorotipo não confere imunidade contra os outros. Uma pessoa pode ser infectada até quatro vezes ao longo da vida. Além disso, infecções subsequentes por diferentes sorotipos aumentam o risco de desenvolver formas graves da doença, como a febre hemorrágica da dengue.

A Imunidade e o Risco de Reinfecção

A infecção por um sorotipo específico gera imunidade permanente apenas contra ele e temporária contra os demais. Essa vulnerabilidade favorece o aparecimento de epidemias quando um novo sorotipo começa a circular em uma população previamente exposta a outros.

Como resultado, no Brasil a introdução do DENV-3 entre os anos 2000 e 2002 foi responsável por um aumento significativo na incidência da dengue e no risco de formas graves, como a febre hemorrágica.

Por que a dengue tipo 3 é Alvo de Maior Preocupação?

O DENV-3, conhecido como dengue tipo 3, é dos sorotipos mais virulentos, com maior potencial de causar formas severas da doença. Estudos apontam que, após uma segunda infecção por qualquer sorotipo, o risco de manifestações graves aumenta, sendo os sorotipos 2 e 3 os mais frequentemente associados a complicações severas.

A introdução de um novo sorotipo pode resultar em epidemias significativas, acima de tudo em áreas densamente povoadas e com altos índices de transmissão.

Prevenção: Um Compromisso Coletivo

Com a circulação simultânea dos quatro sorotipos no Brasil, as ações de prevenção são indispensáveis. A principal estratégia é o controle ao mosquito Aedes aegypti, eliminando focos de água parada, usando repelentes e instalando telas de proteção.

Febre alta, dor muscular, náuseas, manchas avermelhadas, dor abdominal intensa, vômitos persistentes ou sangramentos são sinais de alarme que exigem atenção e é essencial buscar assistência médica imediata.

Portanto a vigilância constante e medidas preventivas são cruciais para reduzir os riscos. O comprometimento da população em seguir essas práticas pode fazer a diferença na contenção dessa ameaça à saúde pública.

Número de casos de dengue no Brasil

Com mais de 93 mil casos prováveis de dengue, além de 11 mortes causadas pela doença confirmadas e 104 em investigação apenas nas primeiras semanas de 2025, o Ministério da Saúde intensificou a campanha de conscientização e combate às arboviroses – sobretudo em estados com tendência de aumento de casos não apenas de dengue, mas também de zika e chikungunya.

O ministério reforça ainda a importância da vacinação contra a dengue como estratégia preventiva, “embora a disponibilidade de doses ainda dependa do fornecimento pelos fabricantes”. Atualmente, o imunizante Qdenga está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos.

(Fonte: Ministério da Saúde)

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