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Brasil no Oscar: confira as indicações e conquistas que marcaram época

O Brasil iniciou sua jornada na premiação do Oscar em 1945 e agora em 2025, tem novamente a chance de trazer o prêmio para casa

Foto: Freepik/AI Generated
Brasil no Oscar: confira as indicações e conquistas que marcaram época
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 17h45 - Modificado em 24 de janeiro de 2025 às 17h45

Antes de tudo, Oscar representa desde sua criação, em 1927, um marco de prestígio para o cinema mundial. Contudo, o Brasil iniciou sua jornada na maior premiação da indústria cinematográfica somente em 1945, quando a canção “Rio de Janeiro”, composta por Ary Barroso, foi indicada na categoria de Melhor Canção Original. A música integrou o filme norte-americano Brazil, marcando a estreia do país na cerimônia.

Anos 1960: primeiras vitórias

Em 1960, o filme Orfeu Negro, uma coprodução ítalo-franco-brasileira gravada no Brasil e com elenco brasileiro, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional. Entretanto, o prêmio foi atribuído oficialmente à França. Três anos depois, em 1963, o Brasil conquistou sua primeira indicação oficial nesta mesma categoria com O Pagador de Promessas, dirigido por Anselmo Duarte. A obra consolidou o cinema brasileiro no cenário internacional.

Décadas de 1970 e 1980

Porém, somente em 1979, o Brasil voltou ao Oscar com a indicação de Raoni, documentário que narra a vida do líder indígena brasileiro Raoni Metuktire. Em 1982, outro documentário brasileiro foi reconhecido: El Salvador: Another Vietnam, dirigido por Tetê Vasconcellos.

O ano de 1986 trouxe grande destaque para o Brasil com O Beijo da Mulher-Aranha, dirigido pelo argentino naturalizado brasileiro Héctor Babenco. O filme recebeu quatro indicações, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor, consolidando Babenco como um dos principais nomes do cinema mundial.

Ainda nessa década, Luciana Arrighi, nascida no Brasil, recebeu o Oscar de Melhor Direção de Arte em 1993 pelo filme inglês Retorno a Howards End. Embora tenha passado grande parte de sua vida fora do país, sua vitória foi mais um momento em que o Brasil chegou perto de conquistar o reconhecimento definitivo na cerimônia.

Anos 1990: novas produções brasileiras no Oscar

Os anos 1990 foram marcados por sucessos consecutivos na categoria de Melhor Filme Internacional. O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999) representaram o Brasil. Central do Brasil, da mesma forma, rendeu uma indicação histórica para Fernanda Montenegro como Melhor Atriz.

Anos 2000 e o Brasil no Oscar

No início dos anos 2000, o curta-metragem brasileiro Uma História de Futebol foi indicado ao Oscar de Melhor Curta em Live-action. Pouco depois, em 2004, Cidade de Deus, ignorado inicialmente na categoria de Melhor Filme Internacional, surpreendeu ao receber quatro indicações: Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Edição.

Walter Salles, diretor de Central do Brasil, voltou a ganhar destaque com Diários de Motocicleta (2004), que concorreu em duas categorias, apesar de não ter brasileiros entre os recipientes dos prêmios.

Década de 2010: documentários e a animação brasileira no Oscar

Do mesmo modo, na década de 2010, documentários brasileiros alcançaram visibilidade. Lixo Extraordinário (2010), sobre o artista Vik Muniz, e O Sal da Terra (2015), sobre o fotógrafo Sebastião Salgado, foram indicados ao Oscar de Melhor Documentário. Já em 2016, O Menino e o Mundo, de Alê Abreu, conquistou uma indicação na categoria de Melhor Filme de Animação, a primeira para uma produção nacional nesse segmento.

Da mesma forma, vale lembrar que Carlos Saldanha, diretor brasileiro responsável por animações de sucesso como Ice Age (Era do Gelo no Brasil) e Rio, teve quatro filmes indicados ao Oscar, ampliando o impacto do Brasil no gênero.

Anos recentes

Em 2020, Democracia em Vertigem, de Petra Costa, trouxe à tona questões políticas e sociais do Brasil, concorrendo como Melhor Documentário. Por fim, em 2022, Pedro Kos esteve entre os indicados na categoria de Melhor Documentário de Curta-Metragem com o filme Lead Me Home. Entretanto, mesmo com todas essas edicações, nenhum deles conquistou a estatueta.

2025 e o Brasil está no Oscar novamente

Agora, em 2025, o Brasil novamente alcançou um momento histórico com o filme Ainda Estou Aqui, que recebeu três indicações: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, esta última para Fernanda Torres. Desde sua vitória no Globo de Ouro, Torres tem sido celebrada, recebendo apoio maciço de brasileiros nas redes sociais, com mensagens e curtidas a cada aparição tanto na mídia nacional, quanto internacional.

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