Fabiano Souza Publisher do OBemdito

Por que o nosso cérebro ignora a sensação dos nossos sapatos nos pés?

O cérebro humano é uma máquina complexa, capaz de processar uma enorme quantidade de informações ao mesmo tempo. No entanto, […]

Por que o nosso cérebro ignora a sensação dos nossos sapatos nos pés?
Fabiano Souza - OBemdito
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 10h12 - Modificado em 13 de fevereiro de 2025 às 10h12

O cérebro humano é uma máquina complexa, capaz de processar uma enorme quantidade de informações ao mesmo tempo. No entanto, muitas dessas informações são filtradas e ignoradas para evitar sobrecarga sensorial. Um exemplo curioso desse fenômeno é o fato de não notarmos constantemente a sensação dos sapatos em nossos pés, mesmo que estejam em contato direto com nossa pele durante o dia todo.

Mas por que isso acontece? A resposta está no modo como o cérebro gerencia a atenção e os estímulos sensoriais. Vamos explorar os mecanismos que fazem com que nosso cérebro ignore certos estímulos para focar no que realmente importa.

Como o cérebro processa os estímulos sensoriais?

Nosso sistema nervoso recebe um fluxo contínuo de informações sensoriais vindas do tato, visão, audição, olfato e paladar. Se o cérebro processasse todos esses estímulos o tempo todo com a mesma intensidade, seria impossível se concentrar em tarefas importantes.

Para evitar essa sobrecarga, o cérebro utiliza um mecanismo chamado habitação sensorial, que permite filtrar informações repetitivas e de pouca relevância.

O que é a habituação sensorial?

A habituação é um processo neurológico que reduz a resposta do cérebro a estímulos contínuos e não ameaçadores. Esse fenômeno explica por que paramos de perceber cheiros, sons e sensações ao longo do tempo, como:

  • O som do ventilador ou do ar-condicionado após alguns minutos.
  • A sensação das roupas tocando a pele.
  • O peso de um relógio ou anel no corpo.

Com os sapatos, acontece a mesma coisa: no momento em que os calçamos, nossos receptores táteis enviam sinais ao cérebro sobre a presença do calçado. No entanto, como essa informação não representa risco ou necessidade de ação, o cérebro para de prestar atenção e “ignora” a sensação.

Por Que O Nosso Cérebro Ignora A Sensação Dos Nossos Sapatos Nos Pés (2)

O papel do sistema nervoso nesse processo

Nosso sistema nervoso possui milhões de receptores sensoriais espalhados pela pele. Quando colocamos um sapato, os mecanorreceptores da planta dos pés registram a pressão, o calor e a textura do material. Essas informações são enviadas ao cérebro através da medula espinhal e processadas pelo córtex somatossensorial, localizado no lobo parietal.

Entretanto, o cérebro rapidamente aprende que essa sensação não muda e não representa nenhuma ameaça. Como resultado, ele redireciona a atenção para outros estímulos mais relevantes, como sons do ambiente, imagens em movimento ou mudanças bruscas de temperatura.

Por que às vezes voltamos a perceber os sapatos nos pés?

Se o cérebro ignora constantemente a sensação dos sapatos, por que às vezes voltamos a notá-los? Isso pode acontecer por algumas razões:

  • Mudança de posição: quando cruzamos as pernas ou ficamos muito tempo na mesma posição, os receptores táteis podem ser ativados novamente.
  • Desconforto: se os sapatos apertam ou machucam os pés, o cérebro entende que essa informação é importante e traz a sensação de volta à consciência.
  • Concentração intencional: se focarmos nossa atenção na sensação dos sapatos, podemos percebê-los novamente, mesmo que tenhamos passado horas sem notar.

O que isso revela sobre o funcionamento do cérebro?

Esse fenômeno mostra que nosso cérebro tem a incrível capacidade de filtrar informações para otimizar a atenção. Essa habilidade é essencial para nossa sobrevivência, pois nos permite focar em estímulos importantes e ignorar aqueles que não são urgentes.

A habituação sensorial também explica por que podemos nos acostumar com sensações incômodas ou, por outro lado, sermos surpreendidos por mudanças sutis no ambiente. O cérebro está constantemente ajustando nossa percepção para garantir que estejamos atentos ao que realmente importa.

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