
Pesca no Rio Paraná: apaixonados se preparam para a temporada 2025
Com o fim da piracema se aproximando, clientes e comerciantes se organizam para aproveitar os atrativos do segundo maior rio do Brasil


No próximo dia 28, pescadores (amadores e profissionais) estarão de olho nas águas, contando os minutos, especialmente para a retomada da pesca no Rio Paraná. Com o fim da piracema, época de reprodução dos peixes, a pesca volta a ser liberada no estado a partir de 1º de março.
A expectativa é alta entre os apaixonados por pesca que moram em Umuarama e região. Afinal, o gigante Rio Paraná faz parte do “quintal” de muitos municípios e chegar até ele não demora mais que 1 ou 2 horas de estrada.
O empresário umuaramense Fernando Dias, conhecido como Tôca, aguarda ansioso a abertura da temporada. Tôca exerce a atividade há mais de 15 anos e já separou os materiais para voltar ao rio. “Só estou vendo os últimos detalhes do barco e me decidindo se vou para o Rio Ivaí ou para o Rio Paraná”, comentou.
Há mais ou menos dez anos, Tôca trocou a modalidade da pesca predatória pela pesca esportiva, o ‘pesque e solte’. “A gente tem uma missão de conscientização e preservação dos nossos peixes, e é isso que eu quero continuar levando nessa nova temporada”, afirmou.

Comércio aquecido
Nas lojas especializadas o ritmo de vendas aumentou em fevereiro e deve crescer ainda mais nos próximos dias, antes da abertura da pesca no rio Paraná. É o que projeta o vendedor Danilo Faganello, que trabalha na Japa Pesca, em Umuarama. “Estou há muitos anos nesse mercado e nunca vi tanta procura. Acredito que o aumento é na casa dos 30%”, comenta.
Este ano, além das carretilhas, linhas, anzóis e varas – itens básicos para a atividade da pesca – outros produtos têm saído com frequência: colete salva-vidas e guarda-sol. Sinal da preocupação com a segurança e com a proteção nos rios.
O público também se diversificou. Danilo afirma que procura por produtos de pesca femininos cresceu. “Muitas mulheres estão acompanhando os companheiros nas viagens ao rio e tivemos até mesmo o surgimento de grupos femininos. Por isso o mercado personalizado para elas aumentou bastante”, explicou o vendedor.

Procura por pousadas no Rio Paraná
Para quem gosta de natureza, água e pescaria, não faltam opções no noroeste paranaense. Os portos estão espalhados pela margem do Rio Paraná, mas duas regiões se destacam: no município de Porto Rico e em Porto Camargo (distrito de Icaraíma).
Em Porto Rico, as reservas das pousadas se misturam entre famílias que vão aproveitar o carnaval e os que querem praticar a pesca no Paranazão. Na Pousada Coqueiros a procura tem sido boa. A responsável Valéria Belentani espera que a temporada seja rentável. “A gente espera que a pesca traga mais turistas para a nossa região. É um reforço em momento de baixa temporada. A torcida é para que este ano seja melhor do que os anos anteriores”, explica.
Em Porto Camargo, a realidade não é diferente. As pousadas e as casas de veraneio estão todas reservadas para o início de março por aqueles que querem voltar à pesca no rio Paraná. Na pousada do Osvaldir Rodrigues, o Xykão, os clientes começaram a preencher as vagas no final do ano passado. “Geralmente, são turmas de pescadores que vêm para cá e ficam uma semana ou mais. A temporada vai começar muito bem”, comenta.
A pousada dele tem oito apartamentos e pode receber até 35 pessoas. Para os meses de março e abril, apenas 15% dos quartos ainda estão disponíveis. “Vai ter dia em que vamos descer com 12 embarcações para o rio, com todos querendo curtir as belezas do Paraná”, complementou.

Regras para a pescaria
Apesar da alegria e emoção dos pescadores em retornarem à atividade, regras precisam ser obedecidas. De acordo com o Instituto Água e Terra (IAT), hoje, no Paraná, o único peixe que não pode ser capturado, transportado ou comercializado é o dourado. A lei é de 2018 e tem validade até 2026.
No entanto, há limitações para outras espécies. O jaú e o cachara, por exemplo, podem ser capturados por pescadores amadores na bacia do Rio Ivaí, desde que seja apenas uma unidade de cada espécie.
Os pescadores amadores precisam obedecer à cota máxima de 5 kg de pescado, mais um exemplar, além de obter a licença para a atividade nos rios do estado.
O gerente de Monitoramento e Fiscalização do IAT, Álvaro Cesar de Goes, informou que, até agora, o instituto realizou três operações de fiscalização e deve realizar outras três até o fim da piracema, no próximo dia 28.