
Cineasta Cacá Diegues morre aos 84 anos no Rio; ele havia passado por uma cirurgia
A informação foi confirmada pela ABL


O cineasta Cacá Diegues, um dos principais nomes do Cinema Novo, morreu nesta sexta-feira (14), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL). A causa da morte foram complicações decorrentes de uma cirurgia.
Carlos José Fontes Diegues nasceu em 19 de maio de 1940, em Maceió (AL), e mudou-se para o Rio de Janeiro ainda na infância. Durante a juventude, ingressou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde começou sua trajetória no cinema ao fundar um cineclube. Esse espaço tornou-se um dos berços do Cinema Novo, movimento influenciado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, com forte teor social e político.
Carreira e contribuição para o cinema
Entre suas primeiras obras estão Ganga Zumba (1964), A Grande Cidade (1966) e Os Herdeiros (1969). Devido à perseguição política durante a ditadura militar, exilou-se na Europa até seu retorno na década de 1970. Nesse período, dirigiu filmes icônicos como Quando o Carnaval Chegar (1972), Joanna Francesa (1973) e Xica da Silva (1976), que consolidaram sua carreira.
Nos anos 1990, com a retomada do cinema nacional, lançou Tieta do Agreste (1996) e Orfeu (1999). Seu último filme, O Grande Circo Místico (2018), representou o Brasil no Festival de Cannes.
Reconhecimento e legado do Cineasta Cacá Diegues
Ao longo da carreira, Cacá Diegues recebeu prêmios em festivais nacionais e internacionais. Em 2018, foi eleito para a ABL, ocupando a cadeira de Nelson Pereira dos Santos. A instituição lamentou sua perda e prestou solidariedade à esposa, Renata Almeida Magalhães, e aos filhos.
Sua obra combinou popularidade e profundidade artística, abordando temas sociais com sensibilidade. Mesmo durante o exílio, permaneceu ativo no debate sobre cinema e política, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira.