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Entenda a morte de jovens pela PM que desencadeou protestos e incêndios em Londrina

As manifestações tiveram início após a morte de dois jovens, de 16 e 20 anos, pela PM

Foto: Marcelo Bonomini/RICtv
Entenda a morte de jovens pela PM que desencadeou protestos e incêndios em Londrina
Redação - OBemdito
Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 10h04 - Modificado em 18 de fevereiro de 2025 às 23h20

Na noite desta segunda-feira (17), uma onda de protestos tomou conta de Londrina. Manifestantes incendiaram ônibus do transporte urbano após a morte de Wender da Costa, de 20 anos, e um adolescente de 16, durante uma abordagem da Polícia Militar. Enquanto os policiais afirmam que houve confronto, familiares e amigos contestam essa versão e alegam que os jovens eram trabalhadores.

Segundo o boletim da PM, os adolescentes estavam em um carro com características semelhantes ao de um suspeito de furtos na região. Por isso, os policiais decidiram abordá-los. No entanto, de acordo com a corporação, eles reagiram, o que resultou em um confronto. Como consequência, ambos morreram no local.

Indignação e mobilização

Logo após as mortes, vídeos de protesto começaram a circular nas redes sociais. Em uma das gravações, um homem confronta os policiais: “Matou uma criança de 15 anos, irmão. Uma criança! Você tem noção?”.

Além disso, imagens mostrando um dos jovens trabalhando em um lava-rápido rapidamente viralizaram. Para muitos, isso reforçou a revolta e levantou dúvidas sobre a justificativa da PM para a abordagem.

Diante da repercussão, diversas pessoas se manifestaram em busca de justiça. “A polícia é paga para proteger, não para assassinar inocentes. Estamos cansados dessa opressão”, escreveu uma amiga de uma das vítimas.

A irmã de um dos jovens também lamentou a perda e questionou a ação policial. “Meu irmão não era criminoso, nunca foi. Podem puxar a ficha criminal dele e vão ver. Só queremos justiça”, desabafou.

Na manhã de segunda-feira, os corpos foram velados e sepultados na Zona Norte de Londrina.

Escalada dos protestos e incêndios

Ao longo do dia, a insatisfação da população cresceu, culminando em protestos violentos à noite. Como parte das manifestações, ao menos dois ônibus foram incendiados na zona leste da cidade. Por conta disso, a Polícia Militar precisou agir rapidamente para resgatar moradores de residências próximas às chamas.

Na rua Ernesto Galvani dos Santos, no bairro Monte Cristo, policiais entraram em casas para retirar idosos e crianças ameaçados pelo fogo. Segundo um soldado da PM, manifestantes incendiaram veículos na região, o que colocou várias famílias em perigo.

“Recebemos informações de que três pessoas estavam presas em uma residência, incluindo um adolescente e duas crianças”, relatou o policial. “O calor intenso dificultou o acesso, então carregamos as crianças no colo, cobrindo seus rostos para protegê-las.”

Além disso, os agentes também auxiliaram um casal de idosos, dois homens adultos e até um cão a deixarem a área de risco.

Impacto no transporte público

Diante do agravamento da situação, as empresas TCGL (Transporte Coletivo Grande Londrina) e Londrisul decidiram suspender totalmente as operações. Conforme explicaram, a medida foi necessária para garantir a segurança de motoristas e passageiros.

Ao mesmo tempo, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) anunciou que monitorará as condições de segurança para definir quando os ônibus poderão voltar a circular.

Enquanto isso, um vídeo registrou o momento em que um ônibus da empresa TIL foi incendiado na avenida Leste-Oeste, no centro da cidade. Em resposta, a companhia optou por recolher todos os veículos, tanto das linhas convencionais quanto os fretados, e avaliará a situação antes de retomar os serviços.

Ademais, na manhã desta terça-feira (18), o transporte público voltou a operar. Nesse sentido, a TCGL confirmou que dois ônibus foram incendiados nos bairros Amparo e Monte Cristo. Apesar dos ataques, ninguém ficou ferido.

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