Stephanie Gertler Publisher do OBemdito

Risco de impacto de asteroide com a Terra em 2032 atinge marca inédita, diz Nasa

Astrônomos anunciaram que a chance de o asteroide 2024 YR4 atingir a Terra em dezembro de 2032 subiu para 3,1%, o maior índice já registrado para uma rocha espacial.

Foto: Ilustrativa/nunavr/Freepik
Risco de impacto de asteroide com a Terra em 2032 atinge marca inédita, diz Nasa
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 11h25 - Modificado em 20 de fevereiro de 2025 às 11h37

Em dezembro de 2024, o pedido de algumas pessoas se tornou realidade, astrônomos identificaram um asteroide que pode colidir com a Terra em 2032. Desde então, o objeto conhecido como 2024 YR4 tem sido monitorado por telescópios ao redor do mundo. Com base nos dados coletados pela Nasa, os cálculos de sua órbita foram refinados, aumentando a precisão das previsões sobre sua trajetória.

Aumento nas chances de impacto

Nesta terça-feira (18), astrônomos anunciaram que o risco de o asteroide 2024 YR4 atingir a Terra em dezembro de 2032 subiu para 3,1%. Esse é o maior índice de probabilidade já registrado para uma rocha espacial, superando até mesmo a ameaça representada pelo asteroide Apophis, descoberto em 2004. Na época, o Apophis, que tem 335 metros de diâmetro, chegou a ter uma probabilidade de impacto de 2,7% em 2029, mas cálculos posteriores reduziram essa chance para zero.

Embora o 2024 YR4 seja significativamente menor que o Apophis, o impacto do asteroide ainda poderia causar devastação considerável na terra. A extensão dos danos dependeria, em grande parte, do local onde o asteroide entrasse na atmosfera terrestre. A possível trajetória do objeto inclui tanto áreas oceânicas quanto regiões próximas a grandes cidades, como Bogotá, na Colômbia; Lagos, na Nigéria; e Mumbai, na Índia.

A energia cinética de um asteroide é um fator crucial para determinar o quão destrutivo seu impacto seria para a terra. Como esses objetos geralmente se movem a velocidades próximas a 60 mil km/h, a variável mais importante é sua massa. No entanto, os astrônomos ainda não têm dados precisos sobre a massa do 2024 YR4.

Hugh Lewis, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, explicou à revista New Scientist que o aumento na probabilidade não significa necessariamente que o asteroide esteja mais propenso a atingir a Terra. “Apenas porque a probabilidade aumentou na última semana, não significa que continuará subindo”, afirmou.

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Desafios na observação do asteroide

Em abril, o asteroide passará por trás do Sol, tornando-se invisível para a maioria dos telescópios terrestres. “Qualquer observação feita antes disso ajudará a refinar sua órbita e a melhorar as previsões”, destacou Lewis. Ele ressaltou, porém, que a probabilidade de colisão pode continuar subindo até abril e, mesmo assim, o asteroide pode acabar passando longe da Terra.

Após desaparecer de vista, só será possível obter novas informações quando o objeto reaparecer em 2028. Enquanto isso, cientistas estão analisando dados passados na esperança de encontrar registros esquecidos que possam aprimorar os cálculos.

Esperanças com o telescópio James Webb

Uma das esperanças da comunidade científica é que o Telescópio Espacial James Webb forneça dados sobre o tamanho e a composição do asteroide nos próximos meses. Essas informações serão cruciais para determinar se o objeto resistiria à entrada na atmosfera terrestre, bem como, qual seria o impacto de uma eventual colisão.

A composição do asteroide também é relevante. Um objeto composto principalmente de ferro, por exemplo, mergulharia mais profundamente na atmosfera e causaria um impacto mais severo. No caso do 2024 YR4, as estatísticas indicam que ele provavelmente é um asteroide rochoso, mais propenso a se fragmentar em pedaços menores durante a descida atmosférica. Mesmo assim, a explosão de um objeto desse tipo pode ser extremamente poderosa.

“Isso vai nos ajudar a decidir o que fazer a respeito, porque um asteroide rochoso é muito diferente de um com alta concentração de ferro”, explicou Lewis. Um asteroide rico em ferro representaria uma ameaça maior, já que um objeto rochoso pode se fragmentar antes de atingir o solo. “A massa faz uma grande diferença na quantidade de energia liberada e se a atmosfera seria capaz de dissipá-la”, completou.

Possíveis locais de impacto do asteroide

A comunidade científica segue acompanhando o 2024 YR4 para determinar se há necessidade de uma eventual intervenção para evitar o impacto. Caso o asteroide atinja a Terra, o local do impacto será determinante para o tamanho do estrago. Até o momento, sabe-se que o pedregulho espacial está sob risco de cair em uma região que inclui a Índia, Paquistão, Bangladesh, Etiópia, Sudão, Nigéria, Venezuela, Colômbia e Equador.

Um impacto em um ponto remoto do oceano representaria menos risco, gerando ondas altas que rapidamente diminuiriam antes de chegar à terra. No entanto, uma queda próxima à costa poderia resultar em um tsunami capaz de inundar áreas costeiras. Caso uma versão maior do 2024 YR4 atingisse o solo, poderia formar uma cratera de até 500 metros de diâmetro.

Enquanto os cientistas continuam a monitorar o asteroide, a busca por informações mais precisas e estratégias de mitigação permanece uma prioridade. O próximo ano será crucial para definir os rumos dessa ameaça potencial.

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