
Itaipu destina R$ 240 milhões para compras de terras a indígenas; Sistema FAEP repudia decisão
As áreas são situadas nos municípios de São Miguel do Iguaçu, Itaipulândia, Santa Helena, Terra Roxa e Guaíra


A Itaipu Binacional assinou, nessa quinta-feira (27), um acordo para compra de três mil hectares de terras para comunidades indígenas. O valor para o negócio é de até R$ 240 milhões e, segundo a instituição, a Funai e os próprios indígenas irão escolher as áreas.
As novas áreas servirão 31 comunidades, que reúnem cerca de seis mil pessoas, situadas nas terras indígenas Guasu Guavirá e Guasu Okoy Jakutinga, em cinco municípios paranaenses: São Miguel do Iguaçu, Itaipulândia, Santa Helena, Terra Roxa e Guaíra.
Em carta assinada por várias lideranças, os indígenas celebraram o acordo, mas dizem que é apenas “parcial” e que a área não é suficiente para abrigar os milhares de guaranis que vivem na região. Por isso, vão continuar com uma ação no Supremo Tribunal Federal para recuperação de todo território.
O representante dos Avá-Guarani, Ilson Okaju, disse que a decisão dá um fôlego para eles, mas que a luta continua por mais terras.
Resposta do Sistema FAEP
O Sistema Faep, que representa o agronegócio do Paraná, informou que vai tentar barrar o acordo. Segundo a instituição, a proposta é uma desapropriação arbitrária. Disse que o mercado de terras se tornou um investimento rentável no Paraná, e que não há informações de produtores rurais queiram vender as terras na região Oeste.
Além disso, a entidade afirmou que vai acionar a bancada do Paraná no Congresso Nacional e a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), em Brasília, para a adoção medidas contra a desapropriação.
“Ainda, o Incra será responsável pela avaliação dos imóveis. A definição destes pontos não contou com a participação de entidades representantes dos produtores rurais”, afirmou em nota Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP.
Reinvindicação das terras
Há mais de um ano, os Avá-Guarani fazem ações de retomadas no território Guasu Guavirá. A área já tem o reconhecimento da Funai, mas o processo de demarcação está parado na justiça.
Eles reivindicam terras desde que foram expulsos para a construção da usina de Itaipu, na década de 1970.
(Com Agência Brasil, Sistema FAEP e Itaipu)