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PF cumpre mandados em investigação sobre ataque a aldeia indígena em Guaíra

A PF obteve na 1ª Vara Federal de Umuarama a autorização para cumprir 11 mandados de busca e apreensão

PF cumpre mandados em investigação sobre ataque a aldeia indígena em Guaíra
Redação - OBemdito
Publicado em 27 de março de 2025 às 08h04 - Modificado em 27 de março de 2025 às 11h17

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (27) a Operação Mbarete (termo em guarani que significa “força”, simbolizando solidariedade comunitária) para investigar um violento ataque à Aldeia Yvy Okaju, ocorrido em 3 de janeiro de 2025. O episódio deixou quatro vítimas, incluindo duas crianças e um homem que ficou paraplégico.

O que motivou a operação?

O caso remonta ao ataque armado em que homens encapuzados invadiram a aldeia, situada próxima à Vila Eletrosul, e efetuaram disparos contra moradores indígenas:

Duas crianças feridas
Dois adultos atingidos (um com paraplegia permanente)

As investigações, que se estenderam por quase três meses, identificaram a participação de moradores da região nos crimes. A PF obteve na 1ª Vara Federal de Umuarama a autorização para cumprir 11 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos.

Detalhes da operação

A ação conta com o apoio da Polícia Civil do Paraná e da Força Nacional, e visa:
Apreender armas utilizadas no ataque
Coletar provas digitais (celulares, computadores)
Identificar mandantes do crime

Os investigadores trabalham com a hipótese de que o ataque está relacionado a conflitos fundiários históricos na região de Guaíra, área com disputas por terras tradicionalmente indígenas.

Repercussão e próximos passos

O nome da operação – Mbarete – foi escolhido em referência ao valor comunitário na cultura guarani, em contraste com a violência sofrida pela aldeia. Os indígenas aguardam há meses por justiça:

“Queremos que os responsáveis paguem por deixar nossas crianças marcadas pelo trauma”, declarou um líder da Yvy Okaju à PF.

Os alvos da operação serão interrogados e, se confirmadas as provas, responderão por tentativa de homicídio qualificado e formação de quadrilha. O caso pode ser enquadrado também na Lei de Racismo (7.716/89), por atingir comunidade tradicional.

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